10/10/2023 às 08h00min - Atualizada em 10/10/2023 às 08h00min

Foz do Iguaçu e Londrina são escolhidas para testar novo método contra a dengue

Da Redação

Reprodução
Dentro do plano de ampliação do Método Wolbachia no Brasil, foram escolhidas seis cidades para participar, das quais duas estão localizadas no Paraná. Foz do Iguaçu e Londrina foram selecionadas para integrar este projeto destinado a conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti. A confirmação dessa decisão ocorreu após uma reunião realizada na tarde da última segunda-feira (9), que envolveu a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS), em colaboração com a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) e os municípios.

Na prática, o método envolve a introdução da bactéria Wolbachia nos mosquitos Aedes aegypti, uma estratégia que impede o desenvolvimento dos vírus da Dengue, Zika e Chikungunya dentro dos insetos. Como resultado, todos os mosquitos que possuem a Wolbachia (que não pode ser transmitida para humanos ou outros mamíferos) não são mais capazes de transmitir esses vírus. Essa abordagem reduz significativamente a transmissão dessas doenças e constitui uma forma eficaz de combater diretamente as arboviroses.


“Fizemos o primeiro pedido para participar do projeto em 2019, inicialmente com Foz do Iguaçu, considerando a fronteira, e voltamos a solicitar em 2021, incluindo Londrina. Agora fomos atendidos e estamos felizes em poder ter mais uma arma contra essas doenças que ainda estão tão presentes no Estado, principalmente nessas regiões”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

Para a seleção das cidades participantes, foram considerados diversos critérios, incluindo o tamanho populacional, com foco em municípios com mais de 100 mil habitantes, uma vez que essas áreas costumam ser responsáveis pela maioria dos casos de arboviroses urbanas. Além disso, aspectos climáticos foram levados em conta, como a presença de um clima com máxima mensal inferior a 35ºC e uma média anual de 20ºC.

Outros fatores determinantes incluíram o registro de casos prováveis de dengue nos últimos 10 anos, a incidência de dengue nos últimos cinco anos e a presença de um aeroporto na região.

Assim, juntamente com Foz do Iguaçu e Londrina, o Método Wolbachia também será implementado em outras quatro cidades: Uberlândia (Minas Gerais), Presidente Prudente (São Paulo), Natal (Rio Grande do Norte) e Joinville (Santa Catarina).

Agora, os municípios iniciarão o protocolo estipulado pelo Ministério da Saúde para dar início a utilização do método. “É importante ressaltarmos que o método é mais uma ferramenta que teremos contra as arboviroses no Paraná, o que não invalida todas as outras medidas, dentre elas as principais que consistem em eliminar os criadouros dos mosquitos dentro das residências e arredores”, afirmou a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes.

O MÉTODO

O World Mosquito Program (WMP) é uma organização internacional sem fins lucrativos dedicada a proteger comunidades em todo o mundo contra doenças transmitidas por mosquitos. Sua atuação começou em 2011, na região norte da Austrália, e hoje se estende a 12 países, incluindo Austrália, Brasil, Colômbia, México, Indonésia, Laos, Sri Lanka, Vietnã, Kiribati, Fiji, Vanuatu e Nova Caledônia. No Brasil, a implementação do método Wolbachia é conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com financiamento do Ministério da Saúde e em colaboração com autoridades locais.

A detecção da presença da bactéria Wolbachia no Aedes aegypti é realizada por meio de técnicas de biologia molecular nos laboratórios do WMP Brasil/Fiocruz. Uma vez confirmada a presença da aplicação deste método nos mosquitos, não é mais necessário soltar novos insetos infectados. Isso torna o Método Wolbachia do WMP autossustentável e eficaz na redução da transmissão de doenças.

Com informações da Agência Estadual de Notícias (AEN)


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