Paraná anuncia medidas para proteger empresas afetadas por tarifa de importação dos EUA

AEN
26/07/2025 10h26 - Atualizado há 4 dias

Paraná anuncia medidas para proteger empresas afetadas por tarifa de importação dos EUA
Geraldo Bubniak/AEN

O Governo do Paraná vai adotar uma série de medidas para proteger empresas locais que possam ser impactadas pelas novas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A medida americana está prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto (sexta-feira). Ao longo da semana, representantes da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa), da Receita Estadual e de outras pastas se reuniram com líderes do setor produtivo para ouvir demandas e construir alternativas que minimizem os impactos da taxação.

Entre as ações previstas estão a oferta de crédito, flexibilização de prazos para investimentos já pactuados e a utilização de créditos de ICMS homologados no sistema Siscred, permitindo sua monetização ou uso como garantia para obtenção de recursos. O governo também não descarta a adoção de novas medidas conforme a situação evolua.

“É nosso dever ajudar a manter a economia do Paraná forte nesse momento de incertezas. Estamos trabalhando há alguns dias nesse pacote e continuaremos dialogando com o setor produtivo para avaliar os próximos passos”, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior.

No campo fiscal, empresas com créditos de ICMS poderão utilizá-los parcialmente para capital de giro, monetização ou como garantia de crédito. A dimensão do impacto financeiro dependerá da adesão das empresas e de análises individuais. Já os empreendimentos incluídos no programa Paraná Competitivo poderão contar com prazos estendidos para investimentos já assumidos, evitando a interrupção de projetos.

Também estão previstas linhas de crédito emergenciais via Fomento Paraná e Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Empresas com queda de faturamento poderão solicitar o adiamento do pagamento de parcelas de empréstimos já contratados, dentro das normas do Banco Central. Os recursos disponíveis entre as duas instituições somam mais de R$ 400 milhões.

Além disso, o Governo estuda um novo aporte no Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), visando ampliar a oferta de crédito com juros reduzidos para os setores mais impactados.

Segundo o secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, a prioridade é preservar as empresas, o emprego e a cadeia produtiva. “O Governo do Paraná é sensível às dificuldades que se desenham e quer ajudar o setor produtivo a superar esse momento, especialmente no que diz respeito à manutenção dos postos de trabalho e da atividade econômica”, declarou.

Atualmente, o Paraná exporta cerca de US$ 1,5 bilhão por ano em produtos aos Estados Unidos. Somente em 2025, até junho, as vendas já somam US$ 735 milhões. Os principais itens exportados incluem madeira e derivados (como MDF, esquadrias e portas), mas mais de 90 grupos de produtos paranaenses chegaram ao mercado norte-americano nos últimos quatro anos — entre eles, máquinas, plásticos, combustíveis minerais, alumínio, açúcar, café, fertilizantes, borracha, medicamentos, móveis, pescados e óleos vegetais.


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