A chegada de uma frente fria entre a noite de domingo (22) e a manhã desta segunda-feira (23) provocou temporais intensos em diversas regiões do Paraná, com rajadas de vento acima de 93 km/h e chuvas acumuladas superiores a 70 mm em algumas localidades. A instabilidade ainda atua sobre o Estado e deve manter o tempo severo ao longo desta segunda-feira, segundo o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná).
Com a passagem do sistema frontal, uma massa de ar polar começa a avançar sobre o território paranaense, derrubando as temperaturas e trazendo o frio mais intenso de 2025 até agora, com possibilidade de geada negra e até chuva congelada em pontos isolados.
Rajadas de vento e acumulados de chuva
As rajadas mais fortes ocorreram na madrugada de segunda:
Santa Maria do Oeste (4h30): 93,9 km/h
Ponta Grossa (3h): 74,1 km/h
Laranjeiras do Sul (0h15): 73,8 km/h
Já os maiores volumes de chuva entre 23h30 de domingo e 8h30 desta segunda foram:
Cruzeiro do Iguaçu: 72,8 mm (34,6 mm em apenas 30 minutos)
Laranjeiras do Sul: 68 mm
Entre Rios (Guarapuava): 62,6 mm (20,8 mm em apenas 15 minutos)
Instabilidade se espalha
Segundo o meteorologista Leonardo Furlan, do Simepar, a frente fria atinge também o Mato Grosso do Sul e São Paulo, avançando pelo Paraná com pancadas de chuva e rajadas de vento do quadrante norte. Entre o fim da manhã e o início da tarde, o sistema alcança o Norte Pioneiro.
As menores temperaturas desta segunda-feira estão previstas para o fim do dia, ao contrário do padrão comum de ocorrerem ao amanhecer. Em cidades como Palmas, General Carneiro e Guarapuava, os termômetros podem marcar 0°C, com sensação térmica negativa.
Furlan explica que há chance isolada e passageira de chuva congelada, fenômeno que ocorre quando flocos de neve parcialmente derretidos atingem o solo como pequenas gotas de gelo.
Geada negra e mínimas históricas
A terça-feira (25) deve registrar o amanhecer mais gelado do ano no Paraná, com temperaturas negativas em várias regiões, especialmente no Centro-Sul e Sudoeste. Cidades como Palmas, General Carneiro, Clevelândia, Guarapuava e Pinhão devem registrar até -4°C. Já em locais como Lapa e Campo Largo, os termômetros podem chegar a -2°C, com sensação térmica de -6°C.
A geada negra, mais intensa e destrutiva, pode ocorrer de forma localizada no Centro-Sul.
“Ela congela a seiva das plantas internamente, associando o frio intenso a ventos moderados ou fortes e baixa umidade. O resultado é a necrose e morte das culturas afetadas”, explica Furlan.
Já a geada branca, mais comum, pode aparecer com intensidade fraca a moderada no Sudoeste, Oeste, Norte e Noroeste. Na Região Metropolitana de Curitiba, o risco é menor na terça, mas aumenta na quarta-feira (26), quando o fenômeno deve ser mais abrangente.
Quarta-feira: frio segue e chuva retorna
Apesar do frio, a chuva volta ao Estado na quarta-feira. A partir da tarde, instabilidades ganham força no Oeste, Noroeste e Sudoeste, com pancadas moderadas a fortes e trovoadas. À noite, a chuva pode atingir Curitiba e RMC, com intensidade fraca a moderada.
Na quinta e sexta-feira, o tempo segue instável, com baixa amplitude térmica e possibilidade de chuvas a qualquer hora, especialmente na metade sul do Paraná. Os maiores acumulados são esperados nas regiões Oeste e Sudoeste, podendo ultrapassar 80 mm em áreas próximas à divisa com Santa Catarina.
Final de semana: mais frio à vista
Uma nova frente fria prevista para o final de semana deve trazer novamente temperaturas próximas ou abaixo de 0°C, principalmente no domingo (29), nas regiões Centro-Sul e Sudoeste.
Como acompanhar a previsão
A população pode acessar as previsões atualizadas para os 399 municípios paranaenses no site www.simepar.br, que conta com:
Previsão detalhada por hora para hoje e o dia seguinte
Estimativas de chuva, temperaturas, umidade e vento
Serviço Alerta Geada, em parceria com o IDR-PR, com alertas para 24h, 48h e 72h
O Simepar atualiza as informações duas vezes ao dia e disponibiliza boletins meteorológicos nas redes sociais e no canal de WhatsApp. Especialistas também contextualizam os dados e explicam os fenômenos que afetam as diferentes regiões do Estado.