O Paraná registrou seca fraca em julho de 2025 no Sul do Estado e na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), de acordo com o Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA), divulgado nesta segunda-feira (18). O estudo conta com a participação de institutos parceiros, entre eles o Simepar.
A RMC não apresentava registros de seca desde 2022. No relatório de junho, a situação era mais favorável: a seca havia desaparecido no Sudoeste e a área de seca moderada recuado no Noroeste, Oeste e Sul. Em julho, porém, a estiagem voltou ao Sul, mas em intensidade menor que a registrada em maio.
O mapa atual mostra o Paraná com seca moderada na divisa com São Paulo e seca fraca em áreas do Norte, Noroeste, Leste e Sul. Os impactos são considerados de curto prazo no Leste e Sul – com reflexos principalmente na agricultura – e de curto e longo prazo nas demais regiões, afetando também o abastecimento de água.
Chuvas irregulares
Apenas oito estações meteorológicas do Simepar atingiram ou superaram a média histórica de chuvas para julho: Altônia, Capanema, Cascavel, Foz do Iguaçu, Loanda, Santa Helena, São Miguel do Iguaçu e Toledo. Nessas localidades, a média do mês foi alcançada em poucos dias, com o restante do período marcado pela estiagem.
Em outras 36 estações, a precipitação ficou abaixo do esperado. O caso mais crítico foi em Telêmaco Borba, onde a média histórica para julho é de 94,7 mm, mas choveu apenas 11,8 mm – déficit de 82,7 mm.
Segundo o meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib, o cenário foi influenciado por um bloqueio atmosférico.
– Esse sistema impediu a chegada das frentes frias, que normalmente provocam chuvas nesta época do ano, agravando a condição de seca em algumas regiões – explicou.
Situação no Brasil
No restante do País, o Monitor de Secas de julho identificou duas áreas de seca extrema no Nordeste, cercadas por grandes faixas de seca grave. Também há registros de seca grave no norte de São Paulo.
Além do Paraná, apresentam áreas de seca moderada o norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, todos os estados do Nordeste, Tocantins, Acre e parte do Amazonas.
A seca fraca atinge ainda porções da Amazônia, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Piauí e o leste do Pará. Apenas Mato Grosso, Amapá e Roraima não registraram seca no período.
Monitor de Secas
Criado em 2014, o Monitor de Secas surgiu para acompanhar a estiagem no semiárido, então afetado pela pior seca em um século. Desde 2017, a ANA coordena o trabalho em conjunto com institutos estaduais e federais.
No Paraná, o Simepar analisa mensalmente dados de chuva, temperatura, vegetação, níveis de reservatórios e evapotranspiração nas regiões Sul e Sudeste. A cada três meses, o órgão coordena a elaboração do mapa completo.