Vivian Honorato/NCom O prefeito Marcelo Belinati recebeu a visita oficial do Encarregado de Negócios da Geórgia, Nikoloz Sakhvadze, em seu gabinete. O país da Europa Oriental tem uma população estimada de 4 milhões de habitantes e faz fronteira com a Rússia, Turquia, Armênia e Azerbaijão. Essa foi a primeira visita do representante ao Estado do Paraná.
O objetivo do encontro foi conhecer o Município de Londrina, para estabelecer trocas de informações e futuramente firmar parcerias em diversos setores, como na área comercial, agrícola e de turismo. “A gente tem a ideia de ampliar a agenda bilateral com o Brasil e não termos somente relações político-econômicas, mas também contatos diretos com as cidades e estados brasileiros e com os cidadãos. Eu quero conhecer mais o Brasil, que é um ‘continente’ à parte, por isso quero ter contato mais direto com os prefeitos e com o povo brasileiro do interior do país. Quero trocar ideias de turismo, do setor agrícola e do sistema bancário e acho que podemos encontrar muitas áreas que temos interesses mútuos”, disse Sakhvadze.
Durante o encontro, o prefeito de Londrina agradeceu a visita e falou sobre continuar as tratativas com esse país. “É uma honra recebermos o embaixador da Geórgia aqui em Londrina. Esse país da Europa Oriental tem uma produção milenar de vinhos e uma história muito rica, apesar de ser uma nação recente. Vamos continuar mantendo contato e trocando ideias para, futuramente, firmamos que sabe uma parceria”, falou Marcelo.
Segundo a secretária municipal de Governo interina, Liz Dayane Rodrigues, o Encarregado de Negócios da Geórgia veio a negócios a Londrina e aproveitou o momento para realizar uma visita oficial ao prefeito Marcelo. “Eles têm se esforçado muito no país para expandir a exportação de vinhos e ganhar mercado, porque é um vinho que a gente não conhece. E ele solicitou a visita de cortesia ao prefeito, justamente, porque ele gostaria de fazer isso se tornar um compromisso oficial, já que é a primeira vez dele no Paraná. Londrina é uma cidade que ele se encantou e que gostaria de manter um contato”, explicou.
A Prefeitura de Londrina tem empenhado esforços, desde 2021, para resgatar as relações com as cidades-irmãs e expandir novas com outros países. “Além de fazer as trocas culturais e o desenvolvimento econômico, é muito importante quando Londrina recebe olhares de outras nações com uma visão de desenvolvimento econômico e de atuação empresarial, porque isso vai retornar para nós como forma de desenvolvimento”, completou Rodrigues.
A Geórgia é conhecida como uma grande produtora de vinho, sendo mais notório o tinto, rosé, branco e de laranja elaborado em ânfora, por meio de um método ancestral chamado “Qvevri”, que data de cerca de 8.000 anos. Devido a esse sistema histórico e cultural, em 2013, o vinho georgiano foi declarado pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Com esse método, as uvas fermentam em grandes ânforas de terracota, que são fechadas com cera de abelha e enterradas no chão junto com as cascas e os engaços. Assim, as leveduras morrem durante o processo e tornam o vinho com uma qualidade única. “O vinho é nosso orgulho nacional. A Geórgia é reconhecida como é o berço do vinho, com uma história de 8 mil anos. Isso significa que Geórgia sabe produzir um bom vinho e, por sorte, no Brasil, estão cada dia mais sendo conhecidos os vinhos georgianos e queremos dar um impulso nisso”, falou o representante europeu.
O convite para conhecer o Município de Londrina partiu do empresário de vinhos em Londrina, Edmilson Palermo Soares. Ele contou que tem um podcast chamado “Vinho de Segunda”, que traz informações sobre o assunto e, pesquisando sobre o método de produção georgiano, teve a ideia de convidar alguém do país para falar sobre isso. Assim, entrou em contato com o Consulado da Geórgia em São Paulo, que indicou o Encarregado de Negócios. “Convidei e ele prontamente aceitou o convite.
A Geórgia é um dos países mais antigos do mundo na produção de vinhos e eu sempre estudei a respeito dos vinhos de lá. Há uma conservação cultural da produção deles. Ela é diferente de todos os outros lugares do mundo que fazem vinho atualmente. São vinhos poucos divulgados, são mais os conhecedores de vinhos que sabem e as uvas que existem lá são locais e diferentes do que estamos acostumados, que são as chamadas uvas internacionais que são francesas, como o Cabernet e o Merlot”, explicou o anfitrião.
Os interessados em acompanhar um pouco mais sobre a história da produção de vinhos dessa nação, que se declarou independente da antiga União Soviética (URSS) em 9 de abril de 1991, ou seja, há apenas 32 anos, é possível acompanhar o podcast Vinho de Segunda, nesta segunda-feira (8), a partir das 19h30, no canal do Youtube (clique aqui para acessar).
Além de Londrina, Sakhvadze já visitou Florianópolis, Bento Gonçalves, Fortaleza, Salvador e Boa Vista. A competência jurisdicional de sua embaixada engloba os demais países da América Latina. No Brasil, a Embaixada está instalada há 12 anos, em Brasília.