Julgamento do delegado acusado de matar esposa e enteada será nesta segunda (8) em Curitiba

O delegado Erik Busetti, acusado de matar sua esposa Maritza Guimarães de Souza e a enteada Ana Carolina de Souza, terá seu julgamento iniciado nesta segunda-feira (8) no Tribunal do Júri em Curitiba. O crime ocorreu em março de 2020, e desde então Erik está detido. Maritza, que tinha 41 anos e era escrivã da Polícia Civil, e sua filha de 16 anos foram assassinadas em sua própria casa.

De acordo com a polícia, a filha mais nova do casal, de 9 anos, estava dormindo no momento do crime e ouviu os disparos. As câmeras de segurança da residência registraram a tragédia. Segundo Karoline Fernanda de Souza Machado, irmã de Maritza, as câmeras foram instaladas para a segurança da família.

A advogada que representa a família das vítimas, Louise Mattar Assad, afirmou em nota que "existem provas do crime em vídeo, gravações anteriores em áudio e registros de WhatsApp". Por sua vez, o advogado de Busetti, Renan Canto, afirmou que a defesa apresentará vídeos no julgamento para esclarecer que o delegado não possui histórico de violência. Segundo ele, o caso não se enquadra como feminicídio.

As investigações indicam que o delegado disparou pelo menos sete vezes contra a esposa e seis contra a enteada. Erik Busetti está preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, desde os assassinatos. Ele foi detido em flagrante e admitiu o crime para dois policiais militares, mas optou por permanecer em silêncio durante o interrogatório.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou o delegado por duplo feminicídio. As promotoras responsáveis pelo caso destacam que Ana Carolina e Maritza não tiveram chance de se defender. No caso do assassinato de Maritza, também foi incluída a qualificadora de motivo torpe, pois, segundo a acusação, ele não aceitava o fim do relacionamento.