A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) terá um novo eixo logístico para reduzir o fluxo intenso nos Contornos Sul e Leste da Capital. O governador Carlos Massa Ratinho Junior autorizou, nesta segunda-feira (18), a assinatura do contrato para o início das obras do Corredor Metropolitano de Curitiba, que prolongará a PR-423, ligando a BR-476, em Araucária, até a BR-116, na divisa entre Curitiba e Fazenda Rio Grande.
Com 9,5 km de extensão, a nova rodovia encurtará distâncias e funcionará como alternativa de ligação entre o Interior do Estado e Curitiba, sem a necessidade de passagem pelo atual Contorno Sul, uma das regiões mais congestionadas da cidade.
Investimento histórico
Considerada a maior obra viária da RMC nos últimos 30 anos, o projeto terá investimento de R$ 336 milhões, via Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep). O prazo de conclusão é de 30 meses.
Segundo o governador, a obra é um complemento à duplicação da PR-423, que já começou entre Balsa Nova, Campo Largo e Araucária.
"Com o novo corredor, quem vem da Rodovia do Café não precisará mais atravessar Curitiba para acessar a BR-116, reduzindo tempo e distância", explicou Ratinho Junior.
Estudos da Amep e do DER/PR estimam que o novo trajeto retirará 35% a 40% do tráfego de veículos do Contorno Sul, que hoje recebe cerca de 70 mil veículos por dia.
Mobilidade para passageiros
Além dos ganhos logísticos, a obra deve beneficiar diretamente o transporte coletivo.
"O corredor pode reduzir em até 40 minutos o tempo de viagem entre Curitiba e Fazenda Rio Grande", afirmou Gilson Santos, diretor-presidente da Amep.
Ele lembrou que a região da Ceasa, onde se cruzam a BR-476, BR-376 e BR-116, concentra hoje um dos maiores gargalos do trânsito metropolitano.
Para o secretário estadual das Cidades, Guto Silva, o projeto atende ao crescimento populacional da região.
"Com quase 4 milhões de habitantes, a RMC exige soluções de mobilidade que devolvam tempo aos cidadãos. Essa obra está conectada a outros trechos estratégicos do sistema rodoviário estadual e nacional", destacou.
Estrutura da obra
O corredor terá duas pistas em concreto em cada sentido, além de ciclovias em toda a extensão e sete obras de arte especiais:
cinco viadutos (em Araucária e Curitiba);
uma ponte sobre o Rio Barigui;
uma trincheira sobre a Rua Ismael de Almeida.
Próximas etapas e futuro
Com o aval do governo, a Amep assinará contrato com a empresa vencedora da licitação. Após a licença de operação, a obra será iniciada.
O projeto também prevê expansões futuras: a partir da BR-116, haverá uma nova ligação até a BR-376, principal rota entre Paraná e Santa Catarina.
Apoio dos municípios
Prefeitos da região consideram o corredor estratégico.
Eduardo Pimentel (Curitiba): “Será praticamente um contorno do contorno, fundamental para desafogar o trânsito e criar nova ligação entre Curitiba, Araucária e Fazenda Rio Grande.”
Marcos Marcondes (Fazenda Rio Grande): “Os moradores vão ganhar tempo precioso, já que hoje enfrentam longos congestionamentos na região da Ceasa.”
Gustavo Botogoski (Araucária): “A obra trará mais segurança viária, reduzirá acidentes e incentivará a instalação de novas indústrias.”
Contorno Sul atual
Paralelamente, motoristas que utilizam o Contorno Sul também verão melhorias com o novo pacote de concessões rodoviárias do Paraná. Estão previstas:
ampliação para quatro faixas em cada sentido em 14,6 km;
novas marginais;
quatro trincheiras;
seis passarelas;
13,7 km de ciclovias adicionais.