José Fernando Ogura/SMCS O planejamento da Prefeitura de Curitiba para deixar a cidade mais preparada contra as chuvas fortes, cada vez mais frequentes em função das mudanças climáticas, prevê investimentos de R$ 110 milhões em obras de macrodrenagem nos bairros. Cerca de 80% dos recursos (R$ 88 milhões) são repasses do governo federal, por meio do PAC/Drenagem do Ministério da Cidades, o restante (R$ 22 milhões) é do tesouro municipal.
O trabalho faz parte do programa Curitiba Contra Cheias, coordenado pela Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop).
Atualmente, oito importantes obras de macrodrenagem estão em andamento, seis estão programadas para começar neste quadrimestre e outras cinco estão em fase de licitação ou projeto. As novas intervenções vão se somar aos serviços que são executados diariamente nos bairros para manter as estruturas e drenagem e macrodrenagem já existentes em bom funcionamento.
"Estamos comprometidos em continuar investindo em infraestrutura que proteja nossa cidade contra as intempéries. A conclusão das obras em andamento, o início de novas e o planejamento de ações a longo prazo são passos importantes nesse caminho para tornar Curitiba uma cidade ainda mais resiliente," diz o prefeito Rafael Greca.
Sistema de macrodrenagem
Coordenado pela Smop, o programa Curitiba Contra Cheias tem sido fundamental na busca por soluções que ampliem a capacidade de escoamento das águas pluviais em toda a cidade, além e manter rios e córrego desobstruídos e a manutenção do sistema de macrodrenagem da cidade.
O trabalho é baseado no Plano Diretor de Drenagem de Curitiba, que planeja ações eficientes para lidar com a macrodrenagem urbana e garantir a segurança dos moradores, além de proteger o patrimônio público e privado durante chuvas intensas ou prolongadas.
Os investimentos previstos no plano são embasados em critérios técnicos, econômicos, ambientais e sociais, comprovadamente eficazes. Ele propõe diretrizes técnicas e institucionais, bem como medidas estruturais para mitigar, reduzir e prevenir os impactos das enchentes.
Investimentos realizados
Nos últimos sete anos, a Prefeitura intensificou os investimentos em obras de macrodrenagem. Desde 2017, foram 30 intervenções realizadas, sendo 16 delas iniciadas e concluídas em menos de um ano. O investimento foi de aproximadamente R$ 280 milhões em obras de macrodrenagem executadas nas seis bacias hidrográficas da cidade: rios Passaúna, Belém, Barigui, Atuba, Iguaçu e Ribeirão dos Padilha.
Além disso, 14.475 ações foram empreendidas. Somente nos últimos 15 meses, foram 3.973 serviços, incluindo a execução de 8.273 metros de galerias de águas pluviais e a limpeza de 71.085 metros de rios e córregos na cidade.
Eventos climáticos extremos
De acordo com Rodrigo Araujo Rodrigues, secretário municipal de Obras Públicas, as ações planejadas para o avanço do programa Curitiba Contra Cheias possibilitarão um salto significativo na capacidade de resposta da cidade a eventos climáticos extremos. “São obras que vão ampliar a capacidade de drenagem nos bairros, reduzindo os efeitos das chuvas muito intensas”, reforça Rodrigues.
Por meio do Departamento de Pontes e Drenagem da Smop, o município mantém ações preventivas nos bairros, de micro e macrodrenagem, visando mitigar os efeitos causados pelas mudanças climáticas.
No decorrer de 2023, por exemplo, foram executadas 3.290 intervenções, incluindo a implantação e manutenção de galerias pluviais, substituições e sondagens em caixas de captação, manutenção em passarelas, pontes de madeira e pontes de concreto, contenção de taludes, limpeza, desobstrução e desassoreamento de rios, córregos e canais.
O trabalho executado inclui ainda serviços em galerias de águas pluviais, caixas de captação, poços de visitas e valas de drenagem. Nos primeiros três meses desse ano foram mais de 683 serviços.
Grandes obras
Quatro importantes obras de macrodrenagem foram concluídas no ano passado: a implantação da bacia de detenção na sub-bacia do Ribeirão do Muller, na CIC; a construção da bacia de contenção no Terminal do Boqueirão; a implantação de galeria celular no Ribeirão dos Muller, também na CIC; e a implantação de galeria celular no Ribeirão dos Padilha, no Capão Raso.
De dezembro a meados de março, começaram as obras de implantação da galeria de águas pluviais na Rua Aviador Armir Buher, no Uberaba; da nova galeria de águas pluviais na Rua Jaime Veiga, no Seminário; do canal em forma de “U” para estabilização dos taludes no Córrego Vila Formosa, no bairro Fazendinha; de uma galeria celular no Rio Cascatinha, em Santa Felicidade (entre as ruas Carlos Vieira de Camargo e Marchanjo Bianchinni); o perfilamento e muros de contenção no Rio Barigui, nas proximidades do Moradias Rio Bonito, no Campo de Santana; a execução de canal de concreto armado nos rios Pinheirinho e Vila Guaíra e nos córregos Curtume e da Avenida Henry Ford.
Outras grandes intervenções estão programadas para começar. Entre elas, estão a implantação e galeria de águas pluviais na Rua Jornalista Alceu Chichorro, no Bairro Alto; a implantação e galeria de água pluvial na Rua Waldemar Loureiro Campos; execução de condutos forçados nos rios Pinheirinho e Vila Guaira e nos córregos do Cortume e da Avenida Henry Ford e bacias de detenção e Via Parque no Rio Atuba e a Bacia de Detenção e Perfilamento do Rio Cascatinha entre as ruas José Scrickte e a sua foz, no Parque Barigui.
Enfrentando desafios climáticos
As estratégias para prevenir danos causados pelas chuvas inclui a busca de recursos federais para ampliar as intervenções de macrodrenagem. A partir de recursos do PAC/Drenagem três grandes projetos estão em fase de licitação e outro em fase de elaboração.
Os projetos são para a mitigação de cheias do Rio Belém, na Bacia do Rio Belém Norte (desde a nascente no Parque das Nascentes do Rio Belém, no Cachoeira, até a Rua Professor Nilo Brandão, no São Lourenço), revitalização da sub-bacia do Rio Serraria, até o Rio Pilarzinho,manejo de água pluviais e drenagem urbana para evitar cheias no Rio Belém (Rio Água Verde e na Rua Samuel Cezar) e contenção de cheias da Bacia do Rio Iguaçu, nas proximidades do zoológico.
Além desses quatro projetos, o município aguarda a aprovação dos projetos para duas grandes obras de macrodrenagem nas regiões das avenidas Westphalen e Getúlio Vargas. Juntas as intervenções somam aproximadamente R$ 400 milhões. Esses projetos foram submetidos ao Ministério das Cidades para seleção no Novo PAC/Drenagem (Programa de Aceleração do Crescimento) e estão em fase de análise. Com a aprovação, o governo federal assinará novos contratos para repasse de recursos para execução das obras.
Reservatórios e bacias de detenção
Em resposta às precipitações intensas registradas nos últimos meses, a capacidade do sistema de drenagem muitas vezes é comprometida. Para mitigar esses impactos, o município implementou diversos reservatórios e bacias de detenção de águas pluviais. Essas infraestruturas têm o objetivo de reter temporariamente grandes volumes de água, retardando seu fluxo para áreas mais baixas.
"Nossos reservatórios e bacias de detenção são fundamentais para reduzir o impacto de eventos pluviométricos intensos. No entanto, é importante reconhecer que possuem capacidade limitada e são estrategicamente projetados para regiões críticas das bacias hidrográficas", explica o diretor do Departamento de Pontes e Drenagem, Ubiratan Cardoso.
Limpeza de rios e córregos
Uma das estratégias essenciais para minimizar os danos das tempestades é a constante limpeza dos rios e córregos da cidade. Coordenadas pelas secretarias municipais de Obras Públicas e do Meio Ambiente, essas ações ocorrem simultaneamente às obras de macrodrenagem, aumentando a capacidade de vazão.
Todas as ações estão alinhadas ao Plano Municipal de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas (PlanClima). O município também reforçou sua participação na rede C40, de cidades unidas na luta contra as mudanças climáticas.
População pode ajudar
A população tem um papel fundamental na prevenção de alagamentos na cidade. A Prefeitura de Curitiba promove campanhas de conscientização para a população, enfatizando a importância do destino correto de resíduos e de não jogar lixo nos rios.
O descarte inadequado de materiais como terra, lixo e móveis contribui para o assoreamento dos rios, aumentando o risco de alagamentos. A Prefeitura oferta uma série de serviços de destinação correta dos resíduos.
Curitiba realiza a coleta de lixo comum, lixo reciclável, lixo tóxico e lixo eletroeletrônico. Confira no site Coleta de Lixo como fazer os descartes corretos para cada tipo de material.
O cidadão também pode encaminhar os entulhos a um dos 11 Ecopontos, de segunda a sábado.
Investimentos futuros em macrodrenagem
Investimentos macrodrenagem:
- R$ 110 milhões em obras de macrodrenagem nos bairros entre ações em andamento, programadas, em licitação ou contratação de projetos.
- 80% dos recursos provenientes do governo federal.