Até a próxima sexta-feira (15), uma equipe do Ministério da Saúde está em Cambé para avaliar o sistema público de saúde do município. O objetivo é verificar se a cidade atende aos critérios para receber o certificado de eliminação da transmissão vertical do HIV — quando o vírus é passado de mãe para filho.
Desde 2022, Cambé não registra casos desse tipo de transmissão, resultado dos esforços da rede municipal de saúde nos últimos anos. O município é um dos 23 do Paraná elegíveis para a certificação, que tem reconhecimento nacional e chancela da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A secretária municipal de Saúde Pública, Talita Bengozi, ressalta que a elegibilidade já demonstra a qualidade do atendimento às gestantes na cidade.
“Essa possível certificação nos traz alegria e reconhecimento pela qualidade do serviço prestado às gestantes. Sempre tratamos a gestante como prioridade em todas as etapas — desde o início do pré-natal até o nascimento do bebê — e essa conquista reforça nosso compromisso com a saúde materno-infantil”, afirmou.
Cuidado especializado para gestantes
Em Cambé, o acompanhamento de gestantes é prioridade. Quando o diagnóstico de HIV é confirmado, o atendimento é intensificado. A paciente é encaminhada para o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que conta com equipe multiprofissional e serviço especializado no acompanhamento de infecções sexualmente transmissíveis.
O protocolo inclui realização de exames, fornecimento de medicamentos e encaminhamento para maternidade de referência, garantindo cuidados específicos no parto e no pós-nascimento.
Segundo Talita Bengozi, esse cuidado contínuo impacta diretamente na qualidade de vida da criança.
“O tratamento durante a gestação, os cuidados no nascimento e o local onde o bebê nasce fazem toda a diferença”, acrescentou.
Critérios para certificação
Para receber o certificado, o município precisa:
Ter mais de 100 mil habitantes;
Alcançar e manter as metas de indicadores de impacto por pelo menos um ano e de processo por pelo menos dois anos;
Contar com sistema de vigilância e monitoramento dos casos;
Possuir Comitê de Investigação para Prevenção da Transmissão Vertical de HIV ou grupo equivalente;
Adotar todas as medidas preventivas recomendadas.
O relatório elaborado pela Secretaria de Saúde foi aceito pelo Ministério, que enviou uma equipe da Equipe Nacional de Validação (ENV) para visitas técnicas a unidades de saúde e entrevistas com profissionais.
A avaliação considera quatro eixos principais, incluindo indicadores como:
Taxa de transmissão vertical do HIV;
Cobertura mínima de quatro consultas de pré-natal;
Testagem para HIV no pré-natal;
Uso de terapia antirretroviral por gestantes com HIV.
O resultado final será analisado por comissões nacionais e a decisão sobre a entrega do certificado deve ser anunciada no fim do ano.