O governador Carlos Massa Ratinho Junior apresentou, nesta quinta-feira (22), no AgroForum Cuiabá, os indicadores e resultados que consolidam o Paraná como referência nacional no agronegócio. O evento, promovido pelo banco BTG Pactual, reuniu investidores e profissionais do setor e teve a participação do governador do Mato Grosso, Mauro Mendes.
Durante o painel de abertura, Ratinho Junior destacou a estratégia paranaense de estímulo à agroindustrialização aliada à produção sustentável como um exemplo de sucesso para o setor. “O Paraná é o segundo maior produtor de grãos e o principal produtor de proteína animal do Brasil. Estamos transformando o ambiente de negócios para fomentar a industrialização da produção agrícola, superando o modelo de extrativismo. Isso eleva o faturamento e mantém a renda no Estado. O Brasil precisa trilhar esse caminho, e o Paraná já é um modelo de agronegócio moderno”, afirmou.
Segundo o governador, a vocação agrícola do Estado, aliada à segurança jurídica e ao ambiente favorável aos investimentos, impulsiona o desenvolvimento regional com geração de empregos e renda. No cenário internacional, o Paraná se posiciona como um ator relevante na segurança alimentar global.
“A segurança alimentar será o grande tema das próximas décadas. Estima-se que, até 2050, a população mundial alcance 10 bilhões de pessoas — e boa parte da comida virá do Brasil. O papel do governo estadual é criar políticas públicas que facilitem a vida do produtor para que possamos atender a essa demanda crescente”, acrescentou.
Números que comprovam a liderança
De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), a produção agrícola do Paraná deve alcançar 45,3 milhões de toneladas na safra 2024/2025, um crescimento de 19% em relação ao ciclo anterior.
No segmento de proteína animal, o Estado liderou o crescimento nacional em 2024, com um aumento de 53,3 milhões na produção de frangos e 281,4 mil suínos, totalizando mais de 2,2 bilhões de aves e 12,4 milhões de porcos por ano.
O avanço das agroindústrias tem sido um dos principais motores da geração de empregos. Desde 2019, o Paraná atraiu mais de R$ 300 bilhões em investimentos privados. Como resultado, alcançou, no início de 2025, a menor taxa de desocupação da história para o primeiro trimestre: 4%.
Sustentabilidade como prioridade
Ratinho Junior também ressaltou as ações sustentáveis desenvolvidas em parceria com o setor produtivo. “Nossos produtores preservam matas ciliares, bacias e microbacias. Eles compreenderam que, sem água, não existe agronegócio. É preciso adotar regulações ambientais que incentivem uma produção sustentável, e não apenas imponham restrições”, disse.
Essas iniciativas renderam ao Paraná o título de estado mais sustentável do Brasil, segundo o Ranking de Competitividade dos Estados do Centro de Liderança Pública (CLP). Entre os destaques estão a redução de 64% no desmatamento ilegal da Mata Atlântica entre 2023 e 2024, de acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica, e o crescimento de 13% na cobertura de matas ciliares graças a programas de reflorestamento e proteção de nascentes.
Educação e infraestrutura como base do futuro
O governador também apresentou os avanços do Paraná em educação e infraestrutura — pilares fundamentais para o desenvolvimento de longo prazo. O Estado lidera o ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com as melhores notas tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio.
Esse desempenho é fruto do aumento dos investimentos e da modernização dos currículos escolares, com foco em tecnologia e inovação, incluindo aulas de programação e robótica.
Na infraestrutura, Ratinho Junior destacou o novo programa de concessões rodoviárias, que contempla obras em mais de 3,3 mil quilômetros de rodovias estaduais e federais, com investimentos estimados em quase R$ 60 bilhões. Também foi ressaltado o projeto Moegão, no Porto de Paranaguá, que modernizará o sistema de descarregamento de cargas, com aportes de cerca de R$ 600 milhões.
O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, também enfatizou a importância do agronegócio para o Brasil e o mundo. “O setor impacta cadeias produtivas fundamentais e está economicamente protegido, mesmo diante de incertezas globais. Muitas regiões dependem dos alimentos produzidos aqui. Temos uma liderança relevante em temas cruciais: produção de alimentos e sustentabilidade”, declarou.