Manchas, inchaço e feridas na pele podem indicar doenças vasculares graves

Da Redação
22/03/2025 10h41 - Atualizado há 1 dia

Manchas, inchaço e feridas na pele podem indicar doenças vasculares graves
Foto: Divulgação

A pele é um dos maiores órgãos do corpo humano e pode refletir a saúde do organismo em diversas situações. Algumas doenças vasculares, reumatológicas e metabólicas apresentam sinais visíveis na pele antes mesmo de causar complicações mais sérias, e reconhecê-los é essencial para um diagnóstico precoce e um tratamento eficaz.

“Os primeiros indícios de algumas doenças vasculares frequentemente surgem na pele, e muitas vezes as pessoas não dão a devida atenção. Identificar essas alterações a tempo pode evitar graves problemas à saúde”, afirma a cirurgiã vascular e membro da Diretoria Científica da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), Dra. Luisa Ciucci Biagioni.

Segundo a cirurgiã vascular, algumas doenças comprometem tanto a circulação sanguínea quanto a pele, e provocam alterações que, em alguns casos, passam despercebidas. Muitas delas estão diretamente relacionadas a doenças circulatórias. E existem algumas condições que exigem atenção médica especializada:

Varizes e teleangiectasias                                                     

Os populares “vasinhos”, conhecidos como teleangiectasias, representam a dilatação de pequenos vasos sanguíneos na pele e costumam causar incômodo estético e, em alguns casos, dor e queimação localizada. Em idosos, a presença dessas veias dilatadas nos pés pode aumentar o risco de sangramento espontâneo ou hemorragias com traumas mínimos.

O tratamento precoce, com escleroterapia e outros métodos minimamente invasivos, reduz as complicações e melhora a aparência da pele. A recomendação é manter a derme sempre hidratada, já que a presença de varizes pode aumentar a coceira e a predisposição a inflamações locais.

Diabetes

Pacientes com diabetes mellitus podem desenvolver ressecamento progressivo da pele, o que favorece rachaduras, calosidades e feridas de difícil cicatrização. Esse problema se agrava quando existe doença arterial periférica associada, que faz reduzir o fluxo sanguíneo para os membros e aumenta o risco de úlceras crônicas.

Como forma de prevenção, recomenda-se que pacientes diabéticos sem lesões façam uma avaliação da pele e dos pés a cada seis meses. Nos casos em que já há perda de sensibilidade ou calosidades, o acompanhamento deve ser mensal. O controle rigoroso da glicemia, a hidratação da pele e o uso de calçados adequados são medidas fundamentais.

Vasculites e doenças reumatológicas

As vasculites são inflamações nos vasos sanguíneos que podem causar manchas avermelhadas, feridas e até necrose da pele. Algumas doenças reumatológicas, como lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide e esclerodermia, também são capazes de comprometer a circulação e gerar graves lesões.

Infecções de pele e tecidos moles

Infecções como celulite, linfangite e erisipela são causadas por bactérias e têm o potencial de se espalhar pelos vasos linfáticos, causando inchaço, vermelhidão e dor. Em casos mais graves, é possível que surjam bolhas e feridas extensas. O tratamento precoce dessas infecções é essencial para evitar sequelas como linfedema e infecções recorrentes

Equimoses em idosos

Idosos frequentemente apresentam manchas roxas e lesões na pele, mesmo com traumas leves. Essa condição, chamada dermatoporose, torna a pele mais frágil e propensa a lacerações e sangramentos. O uso crônico de corticoides, exposição solar prolongada e anticoagulantes são fatores que agrava o problema.

O tratamento preventivo inclui hidratação, uso de roupas com proteção solar e a adaptação do ambiente doméstico para evitar acidentes. Caso as equimoses se tornem frequentes, é importante buscar avaliação médica.

Dra. Luisa destaca que além das manifestações visíveis, outras doenças também podem indicar problemas mais complexos que afetam não apenas a pele, mas também outros órgãos e sistemas do corpo. “A identificação precoce de qualquer patologia e o acompanhamento multidisciplinar são fundamentais para um diagnóstico correto e tratamento adequado”.


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