Cambé recebe pelo segundo ano consecutivo o certificado do Estado por ações contra hanseníase

Da Redação
20/03/2025 09h39 - Atualizado há 1 semana

Cambé recebe pelo segundo ano consecutivo o certificado do Estado por ações contra hanseníase
Reprodução/PMC

Nesta terça-feira (18), Cambé recebeu o certificado de Menção Honrosa da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná pelo destaque em ações de busca ativa de casos, especialmente em locais com maior incidência da doença. O documento foi obtido em reunião com a 17ª Regional de Saúde, que promoveu um evento para verificar as ações executadas pelos municípios e as metas alcançadas no combate à hanseníase. É o segundo ano seguido que Cambé é reconhecida.

Como parte das ações, foram promovidos dois ‘Dias da Mancha’, nos quais 1.020 pessoas foram avaliadas nas Unidades Básicas de Saúde do município; e também a busca ativa de contatos, garantindo a Menção Honrosa pelas ações executadas e número alto de pessoas avaliadas. Cambé se destacou como segundo lugar na 17ª Regional em busca ativa com questionário de sintomas, e ainda a avaliação dos contatos nos últimos cinco anos.

Rafaela Montanha, enfermeira do CTA e do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) em Infectologia, explicou que em 2025, Cambé segue com novas metas, reforçando o compromisso de identificar casos silenciosos de hanseníase e garantir o tratamento adequado, prevenindo incapacidades na população.

“A hanseníase é uma doença silenciosa que pode causar incapacidades se não for tratada a tempo. A busca ativa é essencial para identificar casos precocemente, permitindo tratamento rápido, reduzindo a transmissão e evitando sequelas. Capacitar profissionais de saúde e conscientizar a população são passos fundamentais para combater o preconceito e incentivar o diagnóstico. Ações como o “Dia da Mancha” ajudam nesse processo. Se notar uma mancha com perda de sensibilidade, procure uma unidade de saúde”, disse a enfermeira.

No último ano, Cambé recebeu o certificado por atos de busca ativa para diagnóstico da doença, e também ficou em 1º lugar entre as cidades que fazem parte da 17ª Regional de Saúde na avaliação de contatos nos últimos cinco anos, e com maior percentual de avaliações de contatos com casos novos entre 2019 e 2023.

Hanseníase

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a hanseníase é uma doença crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que pode afetar qualquer pessoa. Ela caracteriza-se por alteração, diminuição ou perda da sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular, principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos e pode gerar incapacidades permanentes e problemas nos nervos, por exemplo. Com isso, o diagnóstico precoce é o elemento mais importante para evitar transmissão, complicações e deficiências.

A bactéria é transmitida por meio de gotículas de saliva expelidas na fala, tosse e espirro, em contatos próximos e frequentes com doentes que ainda não iniciaram tratamento e que estão em fases adiantadas da doença.

Pessoas com a doença têm os nervos dos membros inferiores, superiores e face lentamente comprometidos. Ainda, as alterações podem passar despercebidas, muitas vezes só sendo detectadas quando já estão avançadas com manchas com perda ou alteração de sensibilidade para calor, dor ou tato; formigamentos, agulhadas, câimbras ou dormência em membros inferiores ou superiores; diminuição da força muscular, dificuldade para pegar ou segurar objetos, ou manter calçados abertos nos pés; nervos engrossados e doloridos, feridas difíceis de curar, principalmente em pés e mãos; áreas da pele muito ressecadas, que não suam, com queda de pelos, (especialmente nas sobrancelhas), caroços pelo corpo; coceira ou irritação nos olhos; e entupimento, sangramento ou ferida no nariz.

O Brasil é o 2º país do mundo que mais registra casos novos de hanseníase, atrás somente da Índia. Em razão de sua elevada carga, a doença permanece como um importante problema de saúde pública no país. Com isso, são desenvolvidas ações para busca ativa e contato com casos novos da doença, com tratamento já no início dos sintomas.

 


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