Paraná lidera exportações no Sul e bate recorde na venda de carne suína

AEN
12/08/2025 10h00 - Atualizado há 17 horas

Paraná lidera exportações no Sul e bate recorde na venda de carne suína
Gilson Abreu/Arquivo AEN

Entre janeiro e julho de 2025, o Paraná liderou as exportações da região Sul, alcançando US$ 13,2 bilhões (R$ 71,9 bilhões na cotação atual) em vendas externas. O valor coloca o estado à frente do Rio Grande do Sul (US$ 11,2 bilhões) e de Santa Catarina (US$ 7 bilhões), garantindo a quinta posição no ranking nacional de exportadores, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) organizados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

A soja em grão segue como principal produto exportado, respondendo por 19,7% das vendas e gerando US$ 2,6 bilhões no período. Líder nacional na produção e exportação de carne de frango, o Paraná faturou US$ 2,07 bilhões com o produto in natura, equivalente a 16% do total.

Outros itens de destaque incluem farelo de soja (US$ 747,4 milhões), açúcar bruto (US$ 635,4 milhões), papel (US$ 470,2 milhões) e automóveis (US$ 441,1 milhões). Mais da metade da pauta exportadora (58,4%) é formada por alimentos, que renderam US$ 7,7 bilhões no acumulado do ano.

A China permanece como principal destino das mercadorias, com compras próximas a US$ 3 bilhões. A Argentina ocupa o segundo lugar, com alta de 97,1% e faturamento acima de US$ 1 bilhão. Na sequência estão Estados Unidos (US$ 856,9 milhões), México (US$ 512,3 milhões) e Paraguai (US$ 361,2 milhões).

Recorde histórico na exportação de carne suína

O período também marcou o maior valor já registrado para as exportações de carne suína in natura desde o início da série histórica, em 1997: US$ 319,4 milhões, crescimento de 60,3% em relação ao mesmo intervalo de 2024.

Nos últimos sete anos, as vendas internacionais do produto saltaram 151%, impulsionadas por um aumento de 100,9% no volume exportado, que passou de 58,4 mil para 117,4 mil toneladas.

O Uruguai foi o maior comprador (17,8%), seguido por Hong Kong (17,5%), Argentina (16%), Singapura (14,4%) e Filipinas (12,8%). Para o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado, o avanço é resultado de investimentos em frigoríficos, que mantêm cerca de 28 mil empregos formais no estado, além de sustentar milhares de produtores rurais.

O secretário estadual do Planejamento, Ulisses Maia, destaca a participação das cooperativas. “As cooperativas têm papel fundamental, organizando e fortalecendo toda a cadeia produtiva da suinocultura”, afirmou.

Crescimento nas exportações de automóveis

O setor automotivo também apresentou forte desempenho: as exportações somaram US$ 441,1 milhões, alta de 76,6% em relação aos US$ 249,7 milhões de janeiro a julho de 2024.

A produção de veículos no estado cresceu 15,4% no primeiro semestre, colocando a indústria paranaense como a terceira que mais avançou no país, com alta geral de 5,2%, segundo a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE.

Saldo comercial positivo

No acumulado de janeiro a julho, o Paraná registrou superávit comercial de US$ 1,2 bilhão. As importações totalizaram quase US$ 2 bilhões, com destaque para adubos e fertilizantes (US$ 1,8 bilhão), seguidos por autopeças (US$ 805,3 milhões), óleos e combustíveis (US$ 800,4 milhões), produtos químicos orgânicos (US$ 790,7 milhões) e farmacêuticos (US$ 659,1 milhões).

Impacto das tarifas dos EUA e medidas de apoio
Um levantamento preliminar da Secretaria da Fazenda e da Receita Estadual indica que cerca de 700 empresas paranaenses têm mais de 1% do faturamento proveniente de exportações para os Estados Unidos, sendo que 16 dependem em mais de 90% desse mercado. O setor madeireiro é o principal responsável pelas vendas ao país.

O Paraná exporta, em média, US$ 1,5 bilhão por ano para os EUA. Até julho deste ano, o valor somava US$ 856,9 milhões, com destaque para madeira e derivados, além de mais de 90 outros grupos de produtos, como máquinas, combustíveis minerais, plásticos, alumínio, açúcar, café, adubos, borracha, produtos farmacêuticos, móveis, pescados e óleos vegetais.

Para mitigar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos desde 6 de agosto, o Governo do Estado lançou um pacote de R$ 300 milhões em créditos de ICMS para empresas impactadas, via Sistema de Controle da Transferência e Utilização de Créditos Acumulados (Siscred). O teto por empresa é de R$ 10 milhões para aquelas que exportam menos de 10% do faturamento para o mercado norte-americano, com repasses em 12 parcelas mensais.

Outra medida é a oferta de crédito emergencial pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), com juros abaixo do mercado. São R$ 200 milhões disponíveis para capital de giro, com prazo de 5 anos, um ano de carência e taxa de IPCA + 4%. Até o momento, 16 empresas já protocolaram pedidos que totalizam R$ 137 milhões.


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