Foto: Divulgação/Leganés O futebol é paixão nacional pois não se trata apenas de um esporte, ou como define o Aurélio: “Jogo ou partida em que 22 jogadores, divididos em dois times de 11, buscam fazer entrar, com os pés, uma bola na baliza do time adversário”. É paixão nacional porque transcende o campo, adentra em nossas casas, em nossos corações e torna-se parte das nossas vidas.
Uma partida é assunto para a semana e palco para diversas resenhas. Ah! As resenhas... A 5ª série que habita em mim saúda a 5ª série que habita em ti. Uma palavra, de dupla interpretação, mal colocada... Êhhh “lá ele”!
Falando em “lá ele”, abrindo um parêntese aqui, você sabia que essa gíria veio do nosso povo baiano e quer dizer “sai fora, eu não”!? Esse jargão viralizou na Copa do Qatar devido a similaridade sonora com o nome do mascote oficial do mundial o “La’eeb”, que hoje é cada vez mais usado em memes de duplo sentido.
Por falar em duplo sentido, o troféu de um torneio de pré-temporada do futebol espanhol deu o que falar nessa última semana devido ao seu formato, digamos assim, peculiar. Independente, que atleta não sonha em conquistar um troféu?
Os troféus simbolizam prestígio, esforço e dedicação de um atleta ou equipe esportiva. Suas formas variam de taças, placas, capas, medalhas ou tabuletas. Confeccionadas em diversos materiais, como metais preciosos, cristais, madeira e até mesmo acrílico.
Na Grécia antiga os vencedores de lutas e eventos atléticos eram presenteados com ânforas, um tipo de vaso de cerâmica, contendo em seu interior cerca de 40 litros de azeite de oliva. Para se ter noção do quão valioso esse prêmio era, uma ânfora equivalia a 12 dias de trabalho, e os vencedores poderiam ganhar até 140 ânforas.
No mundo moderno, mais precisamente em 1.690, nos EUA, taças e cálices de prata de duas alças eram usados na premiação de corridas de cavalos. Esse costume estendeu-se a outros esportes, bem como ao nosso tão amado futebol.
Voltemos agora ao polêmico troféu espanhol. O torneio Villa de Leganés chamou à atenção pela sua premiação devido ao troféu ter um formato fálico: o “Pepino D’or”, ou “Pepino de Ouro”.
É isso mesmo, futeamigos! O troféu é um pepino, ou melhor dizendo, o troféu tem o formato de um pepino, grosso... curvado... Êhh “Lá ele”!! Apesar das diversas piadinhas e comentários cômicos, os espanhóis se orgulham do seu pepino (lá ele), inclusive o mascote do time Leganés é um pepino e a torcida é chamada de “La Familia Pepinera”.
O pepino, para eles, tem um conceito cultural e histórico, pois, no início do século XX quando Leganés ainda era um vilarejo de Madri, a região era a principal produtora de pepinos da Espanha.
O torneio Villa de Leganés, neste ano de 2024, apresentou sua 44ª edição e teve a disputa final com os times Leganés x Real Valladolid, com o Leganés sagrando-se campeão nesta última quinta-feira (10) por 3 x 1. “Ao vencedor, as batatas”! Digo, o pepino.
Pepino me fez lembrar de Machado de Assis com Quincas Borba e “as batatas”, de Chacrinha com seu “alô Terezinhaaaa” e o troféu abacaxi. Imaginem quão icônico seria um troféu “Lá ele D’or” ou melhor dizendo, “Lá ele de Ouro”? A disputa seria, além de divertida, acirradíssima, pois, o pessoal “leva por trás” quando alguém fala que “deu pra sentir o dedo do treinador”, ou quando dizem que determinado atleta “tem um pacote enorme”, ou que outrem “sabe colocar a bola onde ele gosta”. (Gente... É um pior que o outro! Enquanto escrevo aqui não consigo conter os risos lembrando das coletivas, entrevistas, reportagens... Ai ai!). E quanto ao troféu ‘Lá ele’, que formato teria? Só não vale ser pepino, nem do grosso nem do fino.