Claudio Neves/Portos do Paraná Com uma receita de US$ 25,2 bilhões oriundas de vendas para outros países em 2023, o Paraná estabeleceu um novo recorde anual de exportações. O valor é 13,7% superior ao resultado obtido pelo Estado em 2022, quando a receita foi de US$ 22,1 bilhões, e também representa um crescimento muito acima do nacional, que foi de apenas 1,7% no mesmo período, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O incremento registrado pelo Estado no último ano foi o maior do Sul e Sudeste do País. Depois do Paraná, estão o Espírito Santo, com elevação de 4,2% das vendas externas, São Paulo (2%) e Rio de Janeiro (0,8%). Por outro lado, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina registraram queda das exportações, com variações de -0,5%, -1,3% e -3,3% respectivamente.
O bom desempenho recente no comércio exterior fez com que o Paraná passasse de sexto para quinto maior exportador do País, ultrapassando o Rio Grande do Sul, que no último ano obteve US$ 22,3 bilhões em vendas para outros países. O ranking é liderado por São Paulo, com US$ 71 bilhões em exportações.
De acordo com o presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Jorge Callado, os resultados das exportações coroam um ano excepcional para a economia do Paraná, cujo Produto Interno Bruto (PIB) acumulou alta de 6,91% nos três primeiros trimestres do ano passado.
“O aumento da atividade econômica medida pelo Banco Central no acumulado até outubro foi o maior do País, a taxa de desemprego caiu para 4,6% e, agora, as exportações paranaenses batem recordes, o que evidencia o bom resultado obtido pelo setor produtivo com o apoio do Governo do Estado”, analisou Callado.
PRODUTOS – Como já ocorreu em anos anteriores, a soja foi novamente o principal destaque das exportações paranaenses, respondendo por 23,5% do total vendido pelo Estado ao Exterior em 2023. Na sequência, aparecem a carne de frango in natura (com participação de 14,5%), o farelo de soja (7,7%), os cereais (5%) e o açúcar bruto (4,5%). Nos últimos cinco anos, o Paraná acumula consecutivas altas nas exportações anuais de alimentos, passando de US$ 9,7 bilhões em 2019 para US$ 15,8 bilhões em 2023.
Além do agronegócio, os bens manufaturados de alta tecnologia também tiveram importante participação nas exportações do Paraná, demonstrando o dinamismo da economia estadual. É o caso da venda de automóveis, que teve alta de 3,6%, passando de US$ 526 milhões para US$ 545 milhões entre 2022 e 2023.
MERCADOS CONSUMIDORES – No total, as mercadorias produzidas no Estado desembarcaram em 215 destinos. Os maiores compradores foram a China (US$ 7,1 bilhões), a Argentina (US$ 1,5 bilhão) e os Estados Unidos (US$ 1,4 bilhão), responsáveis por 28%, 6,3% e 5,8%, respectivamente, do total comercializado pelo Paraná em 2023. O México aparece em quarto, fechando a "lista do bilhão", com US$ 1.021 bilhão.
No caso da China, que já era a maior compradora dos produtos paranaenses em 2022, o volume de exportações quase dobrou no último ano. O valor passou de US$ 3,6 bilhões para cerca de US$ 7,1 bilhões, correspondendo por boa parte do superávit anual. Mesmo pequenos países como Tuvalu e Papua Nova Guiné, ambos da Oceania, também adquiriram produtos paranaenses.
IMPORTAÇÕES – Em sentido oposto, as importações estaduais de itens fabricados no Exterior somaram US$ 18,2 bilhões no ano passado, uma queda de 18,8% em relação a 2022, quando houve US$ 22,4 bilhões em compras externas. Com isso, o saldo da balança comercial no Paraná terminou o ano com um superávit de US$ 7 bilhões.