Reprodução/SETI O Governo do Estado formalizou a liberação de R$ 28,9 milhões para projetos voltados à inovação e desenvolvimento tecnológico, durante a Semana Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná – Paraná Faz Ciência 2023, em Londrina, no Norte do Estado. Serão apoiadas 67 iniciativas selecionadas pelo Programa de Estímulo às Ações de Integração Universidade, Empresa, Governo e Sociedade, denominado Agência de Desenvolvimento Regional Sustentável e de Inovação (Ageuni).
Na cerimônia também foram entregues cinco prêmios de incentivo científico no valor total de R$ 1 milhão para pesquisadores para os finalistas do Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime), que integra a Ageuni. Cada pesquisador recebeu um cheque simbólico de R$ 200 mil, que serão aplicados no desenvolvimento de soluções inovadoras com potencial de mercado.
Principal evento de divulgação científica do Estado, o Paraná Faz Ciência é uma iniciativa da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e neste ano acontece no câmpus da Universidade Estadual de Londrina (UEL). A expectativa é reunir até sexta-feira (10) um público superior a 30 mil visitantes, incluindo estudantes de ensino médio e técnico de escolas públicas e particulares, principalmente do Norte do Paraná. Ao todo, são 66 espaços com mais de 200 atividades de pesquisa, extensão e ensino.
O secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, destaca que 90% da ciência produzida no Brasil é proveniente das universidades, sendo o Paraná, proporcionalmente, o estado que mais investe nesse segmento. O Governo do Estado destina, anualmente, cerca de R$ 2,7 bilhões para as sete instituições estaduais e mantém uma dotação orçamentária de R$ 490 milhões para o fomento científico, tecnológico e de inovação.
De acordo com o secretário, esses recursos possibilitam o desenvolvimento regional sustentável. “Hoje, direcionamos os projetos para a solução de problemas vividos por todos os setores da sociedade”, afirmou.
Em quinto lugar entre os finalistas da edição 2023 do Prime, está o projeto desenvolvido pela professora Silviane Aparecida Tibola, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), no Câmpus Dois Vizinhos. A pesquisadora desenvolveu um projeto que consiste na produção de um dispositivo para moldar queijos em forma de recipiente para adição de outros alimentos.
Na quarta posição, está a professora Sonia Maria Fabris Luiz, do Departamento de Fisioterapia da UEL, que propôs uma válvula produzida em impressora 3D para auxiliar na reabilitação da função respiratória de pacientes.
A terceira colocação foi conquistada pelo estudante de Química da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Rogério dos Santos Maniezzo, que desenvolveu um projeto para remoção de poluentes em resíduos industriais líquidos, por meio de hidrocarvões produzidos a partir do beneficiamento de bitucas de cigarro.
O segundo lugar ficou com o professor Murilo Pereira Moisés, da UTFPR, Câmpus Apucarana, com o projeto de tratamento de resíduos industriais gerados no processo de galvanização, método que aplica uma camada protetora em superfície metálica para aumentar a durabilidade e a resistência do material à corrosão.
Classificado em primeiro lugar no Prime 2023, está o pesquisador de pós-doutorado Bruno Leandro Pereira, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em Curitiba. O pesquisador desenvolveu um implante veterinário de baixo custo, que pode ser absorvido pelo organismo dos pets, sem a necessidade de remoção cirúrgica.
As 67 propostas aprovadas no âmbito do programa Ageuni estão distribuídas em áreas consideradas prioritárias para o Paraná. São 30 projetos de agricultura e agronegócio, 12 de economia, educação e sociedade, 11 projetos de biotecnologia e saúde, dez de energias renováveis, e quatro projetos relacionados a cidades inteligentes. Eles beneficiarão, diretamente, 28 cidades da Região Metropolitana de Curitiba e das regiões Centro-Oeste, Centro-Sul, Litoral, Noroeste, Norte, Norte Pioneiro, Oeste, Sudoeste, Sul, além dos Campos Gerais e Vale do Ivaí.
Uma das propostas inovadoras que recebeu o incentivo do Governo do Estado é da Novaalga, uma startup que atua com biotecnologia de microalgas e está na Incubadora Tecnológica da UEL. Contemplado com R$ 600 mil, o projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D) busca produzir um bioinsumo a partir da base de microalgas com micropartículas de zinco para o tratamento de sementes de soja e milho.
Segundo a avaliação do comitê regional da Ageuni, a ideia tem possibilidade de incremento na produtividade e renda de pequenos produtores familiares paranaenses.