Caio Bonfim é ouro nos 20 km marcha e se torna o brasileiro mais laureado em Mundiais

World Athletics

Uma semana após conquistar a prata nos 35 km da marcha atlética, Caio Bonfim escreveu um novo capítulo histórico para o atletismo brasileiro. Neste sábado (20), no Mundial de Atletismo de Tóquio, o atleta de Sobradinho-DF venceu a prova dos 20 km marcha, sua especialidade, e levou o Brasil ao topo do pódio pela primeira vez nesta edição da competição. O título veio com o tempo de 1h18min35s, marca que garantiu ao brasiliense a quarta medalha em Mundiais — feito que o consolida como o atleta nacional mais vitorioso da história do torneio. Até então, ele dividia esse posto com Claudinei Quirino.

O pódio foi completado pelo chinês Zhaozhao Wang, prata com 1h18min43s, e pelo espanhol Paul McGrath, bronze com 1h18min45s. O também brasileiro Mateus Corrêa finalizou em sétimo, com 1h21min04s, enquanto Max Santos cruzou em 42º, com 1h27min34s.

Antes de Caio, apenas dois brasileiros haviam conquistado ouro em Mundiais de Atletismo: Fabiana Murer, campeã no salto com vara em Daegu-2011, e Alison dos Santos, o “Piu”, vencedor dos 400m com barreiras em Eugene-2022.

A prova

O início não foi fácil. Caio largou no segundo pelotão, distante do japonês Toshikazu Yamanishi e do francês Gabriel Bordier, que brigavam pela liderança. Aos 10 km, quem surpreendeu foi o espanhol Paul McGrath, assumindo a ponta após um forte sprint. Logo em seguida, os chineses Wang e Haifeng Qian também entraram no bloco da frente.

A virada começou no 13º km, quando Caio acelerou, aproximou-se dos líderes e entrou no top 4. Com 55 minutos de prova, assumiu a dianteira, sustentando o ritmo sob forte pressão dos adversários. Pouco depois, perdeu posições e chegou a cair para oitavo lugar, enquanto o francês Aurélien Quinion e Yamanishi empolgavam o público local. A festa japonesa, porém, durou pouco: Yamanishi foi punido por reincidência de irregularidades técnicas e saiu da disputa.

Restando 3 km para o fim, Caio estava em sexto, a 13 segundos do líder. Foi o sinal para sua arrancada final. No quilômetro seguinte, já figurava em terceiro. McGrath perdeu ritmo, abriu espaço, e o brasileiro aproveitou. Em uma reação espetacular, ultrapassou o espanhol e, logo depois, Wang, garantindo a liderança.

Na reta final, manteve o embalo e cruzou a linha de chegada em grande estilo, coroando uma atuação histórica e colocando, mais uma vez, o nome do Brasil na elite mundial do atletismo.