Paraná registra mais de mil acidentes com ciclistas em 2025 e reforça ações de conscientização

Da Redação
20/08/2025 10h00 - Atualizado há 8 horas

Paraná registra mais de mil acidentes com ciclistas em 2025 e reforça ações de conscientização
Detran-PR

Entre janeiro e julho deste ano, o Paraná contabilizou 1.126 acidentes de trânsito envolvendo bicicletas, sendo 656 com vítimas feridas e 15 fatais. Só no primeiro semestre, foram 976 ocorrências, número 3% maior em relação ao mesmo período de 2024, quando houve 943 registros.

Em todo o ano passado, o Estado somou 1.828 acidentes com ciclistas, dos quais 1.143 resultaram em feridos e 37 em óbitos.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira (19), durante o Dia Nacional e Estadual do Ciclista, e reforçam a necessidade de conscientização sobre segurança no trânsito. Para marcar a data, o Detran-PR promoveu uma ação educativa em Curitiba, na Avenida Afonso Camargo, em frente à Rodoferroviária, em parceria com a ABC Trânsito e a Escola Pública de Trânsito.

Incentivo ao uso da bicicleta

O presidente do Detran-PR, Santin Roveda, destacou que a bicicleta é uma alternativa sustentável e saudável para a mobilidade urbana.

“Pedalar contribui para cidades mais limpas, menos congestionadas e com melhor qualidade de vida. O trânsito é um espaço compartilhado, e a prioridade deve ser sempre a preservação da vida, especialmente dos mais vulneráveis”, afirmou.

Já o diretor de Tecnologia do órgão, Ismael de Oliveira, ressaltou que o número de usuários vem crescendo, tanto para lazer quanto para o trabalho.

Segundo ele, grupos de ciclistas em condomínios têm ampliado o uso recreativo, mas ainda predomina a utilização para deslocamentos diários. “O perfil é variado, entre homens e mulheres de diferentes idades. Nas cidades, principalmente, os praticantes costumam ser jovens e estudantes”, completou.

Curitiba em números

O sistema Bateu, do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), aponta que entre 2012 e junho de 2025 houve 4.903 acidentes com bicicletas em Curitiba. Somente neste ano já foram registrados 217 sinistros no município.

Além dos acidentes, dados recentes mostram a evolução da ciclomobilidade no Estado:

Maringá: 6% dos deslocamentos são feitos de bicicleta – o dobro da média nacional –, com 41 km de ciclovias.

Curitiba: 2% dos deslocamentos utilizam bicicleta, em uma malha de 207 km de ciclovias.

Na capital, 11% dos ciclistas começaram a pedalar nos últimos seis meses, índice acima da média nacional (7%).

O sistema de bicicletas compartilhadas de Curitiba superou 1 milhão de viagens em menos de um ano.

Em 2023, o programa Pedala Paraná realizou um censo em escolas estaduais, com mais de 206 mil respostas sobre posse, frequência de uso e percepções a respeito das ciclovias.

“O ciclismo é esporte, lazer, transporte e também um fator de saúde pública. Nossa missão é garantir mais segurança e infraestrutura para os ciclistas de todo o Paraná”, afirmou o deputado Cobra Repórter, autor da lei que instituiu o Dia Estadual do Ciclista.

Políticas públicas para ciclomobilidade

O Paraná mantém uma estrutura de apoio à ciclomobilidade por meio do Programa Paranaense de Ciclomobilidade (CicloParaná), criado em 2015. A iniciativa busca consolidar a bicicleta como meio de transporte, lazer e esporte, além de promover saúde, cidadania, segurança viária e turismo sustentável.

O programa é coordenado pelo Conciclo – Conselho Paranaense de Ciclomobilidade, que reúne representantes do governo, universidades, entidades civis e movimentos sociais. Entre as ações já implantadas estão:

inclusão de conteúdos sobre ciclismo nos testes da Carteira Nacional de Habilitação (CNH);

redução do ICMS de 18% para 12% em bicicletas e componentes;

incorporação de ciclovias em projetos rodoviários metropolitanos;

apoio técnico a prefeituras para elaboração de planos cicloviários.


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