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Dezoito trabalhadores paraguaios foram resgatados de uma situação de trabalho análoga à escravidão em uma propriedade rural no município de Perobal, no Noroeste do Paraná. A ação foi realizada na quarta-feira (23) pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), com apoio da Polícia Federal e do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron).
As vítimas atuavam na colheita de mandioca e, segundo o MPT, estavam submetidas a condições degradantes de saúde, segurança e moradia. O responsável pela propriedade foi preso em flagrante, suspeito de aliciar os trabalhadores no Paraguai e mantê-los em situação irregular no Brasil.
A investigação apontou que os paraguaios foram recrutados no interior do país vizinho e trazidos ao Brasil por meio de táxis pagos pelo empregador. Os custos da viagem eram posteriormente descontados dos primeiros pagamentos, o que caracteriza aliciamento. Além disso, os trabalhadores não tinham registro formal de emprego e exerciam suas funções sem qualquer vínculo trabalhista.
No local de trabalho, as condições eram precárias: não havia fornecimento adequado de água potável, nem equipamentos de proteção individual (EPIs), sanitários ou local apropriado para as refeições. O transporte era feito em uma Kombi, onde os trabalhadores dividiam espaço com ferramentas agrícolas.
Os alojamentos também apresentavam situações críticas. De acordo com o MPT, todos os trabalhadores estavam hospedados em residências no município vizinho de Maria Helena. Um dos imóveis, por exemplo, tinha esgoto acumulado na entrada, cheiro forte no interior, ambientes sem iluminação, cozinha sem pia e banheiro sem chuveiro elétrico, com água fria. Os colchões estavam sujos e dispostos diretamente no chão, sem fornecimento de roupas de cama.
Os trabalhadores que optaram por retornar ao Paraguai foram levados a Umuarama, onde aguardam o transporte de volta ao país de origem, previsto para esta sexta-feira (25).
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