Com índice de 56,8%, Paraná é o estado que mais recicla embalagens de vidro

AEN
17/07/2025 18h10 - Atualizado há 10 horas

Com índice de 56,8%, Paraná é o estado que mais recicla embalagens de vidro
Feliphe Abreu/IAT

O Paraná foi o estado que mais reciclou embalagens de vidro em 2024, chegando a um índice de 56,84% - ou seja de cada 100 unidades coletadas, pouco mais de 56 são recicladas. A marca é um recorde no Brasil e representa mais que o dobro da média nacional, que foi de 25,1%. Alagoas (48,95%) e Mato Grosso do Sul (35,27%) aparecem logo na sequência.

Os dados, divulgados na semana passada, são os mais recentes disponíveis no Brasil e integram a auditoria feita pela organização Circula Vidro, do Distrito Federal. A entidade, validada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, promove a economia circular, reunindo associações representativas, fabricantes, empresas e consumidores.

Coordenadora de Saneamento Ambiental e Economia Circular da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável do Paraná (Sedest), Isabella Tioqueta explica que o resultado é reflexo do fortalecimento de políticas públicas desenvolvidas pelo Governo do Estado, com foco na estruturação da cadeia de reciclagem e apoio e capacitação de cooperativas regionais.

Segundo ela, o Estado tem feito o acompanhamento constante dos dados de reciclagem de todos os municípios, atuando para garantir que os Planos Municipais de Gestão de Resíduos estejam alinhados às diretrizes estaduais e nacionais. Devido a esse monitoramento, diz a coordenadora, já havia uma expectativa em relação ao crescimento nos índices de reciclagem. “Mas ser o destaque nacional superou as projeções”, revela.

“A Sedest tem trabalhado com o diagnóstico e monitoramento dos resultados nos municípios, nas associações e cooperativas de reciclagem em todo o Paraná. A partir disso, conseguimos alcançar resultados muito mais amplos e significativos, com capacitações e direcionamento de recursos, conforme a necessidade de cada local, de acordo com as metas estabelecidas. Alcançar esse primeiro lugar nos motiva ainda mais”, complementa Isabella. 

Entre as estratégias do Estado, a coordenadora destaca o projeto Recicla Paraná, que é focado em atendimento à capacitação e construção da melhoria do processo dentro das associações e cooperativas de reciclagem. “Embora o programa não seja específico para o vidro, ajuda a fortalecer toda a cadeia, beneficiando também esse tipo de material”, diz. 

Isabella relaciona ainda o resultado à presença da indústria de bebidas no Estado, que conta com plantas de diferentes marcas de cerveja, refrigerantes, chás e sucos, entre outros. “Há uma grande mobilização por parte da própria indústria, que busca fortalecer cada vez mais o consumo do vidro reciclado também na produção”, afirma.

Um exemplo é a Ambev, que está erguendo uma nova planta em Carambeí, nos Campos Gerais. Com investimento de R$ 870 milhões, a fábrica de garrafas será uma das mais modernas e sustentáveis da América Latina e deve entrar em funcionamento ainda neste ano. A previsão é fabricar até 1,5 mil garrafas por minuto, chegando a 15 milhões por mês. Segundo a empresa, uma garrafa de vidro retornável de 600 ml, por exemplo, pode ir e voltar 20 vezes, em média, diminuindo a geração de resíduos no meio ambiente.

“O trabalho compartilhado entre o setor público, setor produtivo e a cadeia da reciclagem é extremamente importante para a otimização dos resultados”, ressalta Isabella.

A coordenadora destaca também a importância da participação da população na separação adequada dos materiais. “O processo de educação ambiental tem que acontecer inicialmente dentro de casa. É preciso fazer a separação adequada de todos os produtos, e não somente do vidro, para que se tenha um produto reciclável mais adequado chegando na cooperativa e conseguindo ser distribuído novamente”, diz.

A meta estabelecida pelo Ministério do Meio Ambiente é que, até 2030, a reciclagem de embalagens de vidro atinja uma média nacional de pelo menos 40%.

CIRCULA VIDRO

A Circula Vidro é a única entidade gestora dos resíduos gerados por embalagens de vidro no Brasil e foi instituída em 2024 pela parceria entre a Associação Brasileira da Indústria do Vidro (Abividro), a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) e o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), instituições que representam fabricantes e grandes consumidores.

De acordo com a organização, para cada seis toneladas de vidro reciclado, evita-se a produção de uma tonelada de CO2 no processo produtivo. “Começamos a gerar resíduos de vidro ainda bebês, a partir do uso da mamadeira. O vidro é uma matéria-prima 100% reciclável e que pode ser reaproveitada infinitas vezes, fomentando a economia circular”, destaca o CEO da Circula Vidro, Fábio Ferreira.


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