Com US$ 11,1 bilhões, Paraná lidera exportações no Sul em 2025 e mantém tendência de diversificação

AEN
16/07/2025 08h00 - Atualizado há 1 dia

Com US$ 11,1 bilhões, Paraná lidera exportações no Sul em 2025 e mantém tendência de diversificação
Roberto Dziura Jr/AEN

O Paraná encerrou o primeiro semestre de 2025 com US$ 11,1 bilhões em exportações, consolidando-se como o estado com maior volume de vendas internacionais da Região Sul. O valor supera os registrados por Rio Grande do Sul (US$ 9,3 bilhões) e Santa Catarina (US$ 5,9 bilhões), mantendo a liderança estadual no comércio exterior, posição já alcançada nos anos de 2023 e 2024.

Os dados, divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e organizados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), revelam também um avanço na diversificação da pauta exportadora e dos mercados de destino dos produtos paranaenses.

Soja e frango seguem como destaques
A soja em grão continua sendo o principal item exportado pelo Paraná, representando 19,2% do total arrecadado entre janeiro e junho. Na sequência aparecem carne de frango in natura (16,4%), farelo de soja (5,4%), açúcar bruto (4,6%) e papel (3,6%). Esses cinco produtos responderam por 49,2% das receitas do semestre, um sinal de maior diversificação em relação ao mesmo período de 2024, quando os cinco principais itens concentravam 57,5% das exportações.

A balança comercial do semestre também fechou positiva: foram US$ 11,1 bilhões em exportações contra US$ 9,9 bilhões em importações, gerando superávit de cerca de US$ 1,2 bilhão. Entre os produtos mais importados pelo estado estão adubos e fertilizantes, autopeças, óleos e combustíveis, produtos químicos orgânicos e farmacêuticos.

China lidera entre os parceiros comerciais
A China segue como principal destino das exportações paranaenses, com compras que somaram US$ 2,5 bilhões no semestre, ou 22,5% do total. Em seguida vêm Argentina (7,9%), Estados Unidos (6,6%), México (3,8%) e Índia (2,7%). O levantamento mostra redução na concentração de mercados consumidores: os cinco principais países representaram 43,5% das vendas externas neste ano, ante 45,4% no mesmo período de 2024.

Para o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado, o desempenho positivo ocorre mesmo diante de obstáculos. “O cenário global vem passando por mudanças e o Paraná tem demonstrado resiliência e capacidade de enfrentar essas dificuldades”, afirmou. Segundo ele, mesmo com os casos de gripe aviária no Sul, as exportações de frango do estado permaneceram estáveis entre os primeiros semestres de 2024 e 2025.

Industrialização impulsiona exportações
O secretário estadual do Planejamento, Ulisses Maia, destacou que os números reforçam a vocação do Paraná como fornecedor de alimentos para o mundo. “O Estado é líder na produção e exportação de importantes segmentos do setor alimentício e, com o incentivo do Governo, vem se industrializando cada vez mais, agregando valor à sua cadeia produtiva”, comentou.

Alerta para impactos da tarifa dos EUA
A partir de agosto, a balança comercial paranaense poderá sentir os efeitos da taxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Somente em 2025, o Paraná já vendeu US$ 735 milhões aos EUA — valor que, anualmente, gira em torno de US$ 1,5 bilhão.

Os principais itens exportados ao mercado norte-americano são madeira e carvão vegetal, além de uma ampla variedade de mais de 90 produtos, incluindo máquinas, combustíveis minerais, plástico, alumínio, açúcar, café, adubos, borracha, móveis, peixes, óleos vegetais, entre outros.

De acordo com estudo preliminar do Ipardes, os setores mais afetados pela nova taxação devem ser a indústria madeireira — importante fornecedora da construção civil dos EUA —, além da fabricação de máquinas e equipamentos e da produção de café solúvel.

Por outro lado, o agronegócio paranaense deve sofrer menos impacto, já que os Estados Unidos não figuram entre os principais compradores dos alimentos produzidos no estado. Apenas em 2025, o Paraná já exportou US$ 6,4 bilhões em alimentos e bebidas para diversos países.


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