Prefeito Tiago Amaral lidera mobilização por mais voos em Londrina

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O prefeito Tiago Amaral está liderando uma mobilização conjunta entre os setores público e privado da cidade, região e do Estado para evitar a perda e ampliar a oferta de voos no Aeroporto Governador José Richa.

Na última semana, a Azul Linhas Aéreas comunicou que irá suspender, a partir de 4 de agosto, o voo direto de Londrina a Curitiba no horário das 10h15. Com a decisão, a cidade contará com apenas um voo diário sem escalas com destino à capital, operado pela própria companhia, no horário das 18h20, com duração de uma hora. No sentido Curitiba-Londrina, a empresa manterá o voo diário direto das 16h20.

A suspensão é vista com preocupação pelo setor produtivo local, uma vez que limita uma das principais conexões entre as duas maiores cidades paranaenses, com impacto inevitável para a economia e o turismo de eventos e negócios do Município.

“O nosso papel aqui é liderar a cidade e essa notícia é inaceitável. Nós não vamos aceitar isso de forma pacífica. Londrina precisa de voos, nós merecemos mais voos e vamos conversar com a Azul e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Já conversei também com o governador Ratinho Junior e ele está totalmente alinhado conosco, tanto que o Governo do Estado está nos apoiando nisso por meio do presidente da Paraná Invest, nosso grande parceiro Eduardo Bekin. Vamos buscar todos os caminhos necessários, politicamente falando, por meio de nossa articulação, junto também com a Codel e a sociedade civil organizada, para achar uma solução à questão dos voos”, garantiu o prefeito, que como deputado estadual liderou a Comissão de Infraestrutura da Região Norte, formada por parlamentares e entidades da sociedade civil organizada de Londrina e região. A necessidade de um terminal aeroportuário mais estruturado foi uma das iniciativas da comissão.

Paraná Invest – A Paraná Invest é a Agência de Promoção de Investimentos do Governo do Estado. O presidente, Eduardo Bekin, afirma que é possível abrir um canal de comunicação com as companhias aéreas para ampliar a oferta de voos no Aeroporto de Londrina.

“A resposta para a pergunta se a Invest Paraná vai atuar para melhorar a oferta de voos em Londrina é sim. Vamos abrir um canal de comunicação com as companhias aéreas nesse sentido. E ainda tenho a esperança de estimular a retomada dos voos pelas companhias regionais”, afirmou.

Sobre a suspensão de um dos voos diretos entre Londrina e Curitiba pela Azul, Bekin avalia que a companhia aérea levou em conta sua situação financeira, culminada em um processo de recuperação judicial tardio. “A pandemia, a alta do dólar e o regime trabalhista do setor aéreo no Brasil afetaram diretamente as companhias, tanto que as três maiores do Brasil entraram em processo de recuperação judicial internacional. Começou com a Latam, em 2021, depois a Gol e só agora com a Azul”, pontuou.

“A estratégia da Azul foi ruim, segurou muito até fazer o pedido de recuperação judicial, e quando o fez teve que entregar 14 aeronaves de uma tacada só”, cita o presidente da Paraná Invest. “O voo direto Londrina-Curitiba dá lucro, mas o problema é que a companhia não tem aeronaves e precisou diminuir o quadro de funcionários”, explicou Bekin.

Acil – A presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Vera Antunes, afirma que a suspensão de um voo direto entre Londrina e Curitiba “é uma medida que contraria os anseios dos londrinenses” e que por isso a entidade vem trabalhando com a Comissão de Infraestrutura para que as conexões de Londrina estejam à altura do potencial econômico da cidade.

“O cancelamento do voo direto matinal para Curitiba prejudica não apenas Londrina, mas tem reflexos em todo o Paraná, pois reduz as ligações entre as duas maiores cidades do Estado. A medida vai afetar diversos setores, incluindo negócios, educação, saúde, cultura, esportes, turismo e representatividade política. Nossa luta é pelo desenvolvimento da região”, explicou Antunes.

Investimentos milionários – O prefeito Tiago Amaral lembra que o Aeroporto Governador José Richa, sob concessão da Motiva (antiga CCR) desde 2021, recebeu investimentos de mais de R$ 200 milhões nos últimos anos para obras de ampliação do terminal de embarque e desembarque, além da extensão da pista para 2.100 metros, e que somente a Prefeitura desembolsou R$ 50 milhões em desapropriações de terrenos no entorno.

Além disso, o aeroporto finalmente terá a instalação do ILS, equipamento indispensável para operações de pousos e decolagens em condições adversas de navegação aérea.

O instrumento é uma reinvindicação de mais de três décadas do setor produtivo de Londrina e teve a sua instalação confirmada neste ano pelo governo federal, com previsão para dezembro, após intensa articulação do prefeito, de parlamentares da cidade no Congresso Nacional e entidades da sociedade civil organizada.

“Nós conseguimos resolver de imediato um problema de mais de 30 anos, algo que foi quase perdido novamente: neste ano inauguramos o ILS, que só não vai ser mais moderno do que o dos aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro. E é justamente nesse momento que vamos garantir que o aeroporto de Londrina será de fato estratégico”, pontuou o prefeito, para quem o terminal aeroportuário da cidade tem enorme potencial.

“Nós já tivemos o terceiro aeroporto mais movimentado do Brasil, Londrina é uma cidade muito forte, que, num raio de 200 quilômetros, conecta cidades da região, do Norte Central, Norte Pioneiro, Vale do Ivaí, Região Noroeste, além das cidades de São Paulo que estão a 100 quilômetros de distância. Todas elas pegam voos aqui. O que a gente precisa é realmente colocar voos disponíveis na cidade porque esse fluxo naturalmente retorna e o aeroporto volta a ser uma referência”, argumentou.

Justificativa – A Azul Linhas Aéreas justificou a medida à necessidade de fazer “ajustes de mercado” para garantir “a sustentabilidade das rotas da companhia, mantendo o equilíbrio entre a oferta e a demanda”.

É de conhecimento público que o setor da aviação civil em geral e essa companhia aérea em particular passam por séria turbulência financeira.

“É claro que existe aí uma questão comercial, a empresa baseia suas decisões em números, e é evidente que existe hoje uma crise no setor aéreo, mas honestamente não vai ser Londrina quem vai pagar essa conta”, afirmou o prefeito.

Números – Segundo a Motiva, que administra o aeroporto de Londrina, o terminal de embarque e desembarque possui área total de 6.500 metros quadrados e transporta 740 mil passageiros por ano (a capacidade é de 2,4 milhões de passageiros anualmente).