As Unidades de Conservação (UCs) do Paraná registraram crescimento significativo no número de visitantes nos primeiros três meses de 2025. De janeiro a março, 214.493 pessoas passaram pelos parques administrados pelo Instituto Água e Terra (IAT), número 4,72% superior ao registrado no mesmo período de 2024, quando foram contabilizados 204.825 visitantes.
O destaque do trimestre foi o Parque Estadual da Serra da Baitaca, localizado entre os municípios de Piraquara e Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. O local quebrou seu próprio recorde de visitação, somando 25.411 visitantes — aumento de 20,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Somente em março, 12.707 turistas passaram pela unidade, atraídos por trilhas famosas como o Caminho do Itupava e pelos morros Pão de Loth e Anhangava.
Outras unidades que apresentaram bom desempenho foram:
Ilha do Mel (Paranaguá): crescimento de 14%, de 94.351 para 107.552 visitantes;
Parque Estadual do Guartelá (Tibagi): aumento de 12%, totalizando 7.676 visitantes;
Monumento Natural Salto São João (Prudentópolis): alta de 10,2%, com 5.326 visitantes.
Natureza, esporte e educação ambiental
Para o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca, o aumento da visitação reflete a crescente consciência ambiental da população.
“É uma vitória da educação ambiental e da valorização da natureza como espaço de convivência, saúde e aprendizado”, declarou.
Segundo o diretor de Patrimônio Natural do IAT, Rafael Andreguetto, as UCs oferecem atrativos que vão além da contemplação:
“As pessoas buscam contato com a natureza aliado à prática de atividades como caminhada, cicloturismo, arvorismo, tirolesa e esportes de aventura. Isso tem impulsionado o turismo nessas áreas”, explicou.
A chefe do Parque da Baitaca, Marina Rampim, reforça o papel do turismo ecológico nesse crescimento:
“A estrutura do parque, o fácil acesso e a diversidade de trilhas e cachoeiras têm atraído públicos diversos. O aumento de visitantes também se deve à divulgação e ao crescimento de atividades como o montanhismo”, afirma.
Apesar do sucesso, Marina alerta para o respeito às regras das UCs, como a proibição de entrada de animais domésticos, drones e acampamentos em áreas restritas.
“O descarte incorreto de lixo é uma das principais preocupações. Ele afeta diretamente a fauna e o equilíbrio do ecossistema. Nosso dever é preservar o que é de todos”, completa.
Crescimento constante e reconhecimento nacional
O aumento na visitação não é pontual. Em 2024, as UCs estaduais receberam 595.905 visitantes, um crescimento de 9,2% em relação a 2023, que teve 545.460 frequentadores. O levantamento inclui 26 unidades abertas ao público e o Aquário de Paranaguá. Algumas unidades, como os parques Mata dos Godoy (Londrina), Pau Oco (Morretes) e Ilha das Cobras (Paranaguá), seguem fechadas para reforma.
O bom desempenho do Paraná também foi reconhecido nacionalmente. Levantamento do Instituto Semeia, de São Paulo, colocou a Ilha do Mel como a 6ª Unidade de Conservação estadual mais visitada do Brasil em 2023, com 172.952 visitantes. Já o Parque Estadual do Monge, na Lapa, apareceu em 9º lugar, com 83.871 visitas.
Entre os parques nacionais, o Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, se manteve como o segundo mais visitado do Brasil em 2023, com 1.800.225 visitantes, atrás apenas do Parque da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Rede de proteção ambiental no estado
O Paraná conta hoje com 74 Unidades de Conservação catalogadas pelo IAT, cobrindo uma área superior a 26,5 mil km². Elas são classificadas em quatro categorias principais:
UCs de Uso Sustentável: 10.470,74 km²
UCs de Proteção Integral: 756,44 km²
Áreas Especiais de Uso Regulamentado (Aresur): 152,25 km²
Áreas de Interesse Turístico (AEIT): 670,35 km²
Além disso, o estado possui Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), terras indígenas, Unidades Federais — como o Parque Nacional do Iguaçu — e Unidades Municipais, como o Parque Barigui, em Curitiba.