14/11/2024 às 09h00min - Atualizada em 14/11/2024 às 09h00min
Explosão em frente ao STF deixa homem morto; Praça dos Três Poderes é isolada
Agência Brasil
Bruno Peres/Agência Brasil Na noite desta quarta-feira (13), duas explosões em sequência, com intervalo de aproximadamente 20 segundos, ocorreram nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, resultando na morte de uma pessoa e no isolamento da área. Equipes de bombeiros e especialistas em explosivos foram acionadas para o local.
Por volta das 19h30, um carro explodiu no estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados. Dentro do veículo, foram encontrados fogos de artifício e tijolos. O carro, com placa de Rio do Sul (SC), pertencia a Francisco Wanderley Luiz, ex-candidato a vereador pelo PL em 2020. Segundo a Polícia Civil, ele havia alugado uma casa em Ceilândia (DF) dias antes.
Aproximadamente 20 segundos após a explosão do carro, Francisco Wanderley Luiz morreu em outra explosão na Praça dos Três Poderes, localizada entre o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. O corpo ainda não havia sido removido até a última atualização.
Conforme boletim da Polícia Civil, Francisco foi identificado como a vítima da explosão e proprietário do carro que também explodiu. Antes do incidente fatal, ele tentou entrar no STF, lançando um explosivo sob a marquise do edifício e mostrando artefatos presos ao corpo para um vigilante. Após deitar no chão, ele acionou um segundo explosivo, posicionando-o na nuca.
Em depoimento, um segurança do STF relatou que o homem portava uma mochila de onde retirou uma blusa, alguns objetos e um extintor. A blusa foi lançada na estátua em frente ao Supremo. Quando o segurança se aproximou, o homem abriu a camisa, revelando algo semelhante a um relógio digital, levando-o a crer que era uma bomba. Francisco lançou outros artefatos no chão antes de deitar e acionar o último, colocando-o sob a cabeça.
O esquadrão antibombas foi acionado para uma varredura na área em busca de outros explosivos, incluindo no corpo do homem e em veículos próximos.
No momento do ocorrido, plenários da Câmara e do Senado estavam em sessão, que foi suspensa. No STF, as atividades já haviam terminado e ministros e funcionários foram evacuados em segurança. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava no Planalto e não houve necessidade de evacuação, mas a segurança foi reforçada com apoio do Exército.
Após o incidente, Lula reuniu-se com os ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin no Palácio da Alvorada, junto com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. A PF abriu inquérito sobre o caso, que será encaminhado a Moraes.
Testemunhas relataram o som alto das explosões e observaram pessoas correndo. Layana Costa, funcionária do Tribunal de Contas da União (TCU), estava em um ponto de ônibus próximo e descreveu ter visto o homem com uma sacola, acenando antes da explosão.
Carlos Monteiro, dono de um food truck no estacionamento do Anexo IV, afirmou que viu o carro em chamas e relatou que o homem havia retirado itens do porta-malas antes das explosões, gerando uma intensa nuvem de fumaça.
Em nota, o STF comunicou que, após a sessão, fortes estrondos foram ouvidos e que ministros e servidores foram retirados do prédio por segurança. A Corte informou também que a segurança do STF está colaborando com as autoridades policiais do DF.
O secretário de Segurança do DF, Sandro Avelar, informou que a Esplanada dos Ministérios foi temporariamente fechada para investigação e reforço da segurança no local.