12/06/2024 às 12h11min - Atualizada em 12/06/2024 às 12h11min

Curitiba registra 1,3 mil novos casos e um novo óbito por dengue e Saúde liga sinal de alerta

Da Redação

Reprodução/SMCS
O Painel da Dengue da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, atualizado nesta quarta-feira (12/6), mostra que a capital paranaense registrou 1.352 novos casos e um novo óbito pela doença, desde o último boletim, divulgado em 5 de junho. A morte ocorreu em abril, mas estava em investigação, por isso só foi divulgada neste momento. A SMS alerta sobre a necessidade de toda a população reforçar os cuidados para evitar os criadouros do mosquito.

A vítima é uma mulher de 79 anos, com comorbidades, residente no distrito sanitário do Boqueirão. Ela chegou, com o Samu, na UPA Campo Comprido no dia 7/4, com histórico prévio de desmaio e com rebaixamento do nível de consciência. Segundo familiares, a paciente tinha sintomas inespecíficos havia três dias. Prontamente, ela foi atendida e foi realizado o exame, que identificou a doença (dengue com sinais de alarme). Ela foi hidratada, medicada e transferida para hospital. O óbito ocorreu em 15 de abril.


Além desta nova morte por dengue, Curitiba já havia registrado outros três óbitos pela doença em 2024. Um deles refere-se a um bebê de 9 meses, sem comorbidades, que morreu em maio. E os outros dois referem-se a duas mulheres, que morreram no mês de abril. Uma de 49 anos, sem comorbidades, que contraiu a doença num município do interior do estado, tendo também recebido o tratamento e falecido neste mesmo local. A outra vítima é uma mulher de 75 anos, moradora da região do CIC, que tinha uma importante comorbidade cardiovascular.

“A dengue é uma doença séria, que pode evoluir para a forma grave. Por isso, nosso alerta para a população é para que todos façam a sua parte e cuidem do seu quintal. Temos trabalhado incansavelmente com mutirões, mas eles não serão eficazes se não houver a contribuição de cada cidadão em cuidar do seu espaço”, alerta a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella.

Balanço
Curitiba já contabiliza, ao todo, 12.656 casos de dengue em 2024. Do total, 1.352 são novos casos divulgados no boletim desta quarta-feira (12/6) – sendo 71 referentes a notificações da última semana e o restante referentes a casos de semanas anteriores, mas que tiveram a investigação concluída apenas agora.

O Tatuquara é o distrito sanitário mais afetado, com 2.809 casos. Na sequência estão o Cajuru (2.324), CIC (1.739), Bairro Novo (1.304), Boa Vista (1.157), Boqueirão (1.031), Portão (694), Matriz (586), Pinheirinho (557) e Santa Felicidade (455). 

Nesta quarta-feira (12/6), Curitiba tem sete pacientes com confirmação de dengue, residentes do município, internados em leitos SUS, sendo seis em leitos clínicos e um em leito de UTI. A SMS esclarece que os internamentos ocorrem diariamente, assim como as altas, com alterações dos dados ao longo do dia.

No Brasil, já são 5,6 milhões de casos prováveis de dengue em 2024 e 3.417 mortes, segundo boletim divulgado no dia 4/6. Só no Paraná, segundo o Informe Semanal da Dengue do Paraná, divulgado na terça-feira (11/6) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), já são 480.865 casos confirmados e 414 óbitos no período sazonal 2023/2024, que teve início em julho do ano passado.

Ações
Em 2023, os mutirões Curitiba sem Mosquito, coordenados pela Saúde e Meio Ambiente, recolheram 348 toneladas de materiais inservíveis e entulhos nos dez Distritos Sanitários. Foram realizados 14 mutirões durante o ano. Em 2024, já foram realizados 49 mutirões e recolhidas 846 toneladas de materiais inservíveis e entulhos.

A SMS, ainda, usa outras ferramentas no combate à dengue, como drones para vistorias, instalação de armadilhas (mosquitraps), identificação laboratorial de larvas e mosquitos, delimitações de focos do mosquito com bloqueios ambientais, bloqueios epidemiológicos em áreas com casos da doença, aplicação de inseticida UBV em locais com maior infestação e elaboração de LIRAa (Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti), conforme diretriz do Ministério da Saúde. Além disso, a SMS ampliou o quadro de profissionais agentes de endemias em 23% neste ano.

Fique atento
Febre alta, com duração de dois a sete dias, pode ser um indício da doença se estiver associada a outros sintomas, como náuseas ou vômitos, manchas vermelhas no corpo, dor no corpo e articulações, dor de cabeça ou dor atrás dos olhos, mal-estar e falta de apetite.

Como esses sintomas podem, eventualmente, ser confundidos com os de outras doenças, é fundamental buscar atendimento de saúde para fazer o diagnóstico diferencial.

Se os sintomas forem leves, a pessoa pode ligar para a Central Saúde Já – 3350-9000 para ter a orientação adequada para seu caso. Se for necessário, será indicado o atendimento presencial em Unidade de Saúde ou UPA.

A hidratação intensa é o principal tratamento para a dengue, mas é preciso atenção para o agravamento do quadro. “No quinto dia de sintomas, se houver algum sinal de alarme, como náuseas ou vômito, além da febre persistente e dor intensa de cabeça, é preciso buscar novamente um serviço de saúde”, explica o diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, Alcides de Oliveira.


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