08/06/2024 às 10h00min - Atualizada em 08/06/2024 às 10h00min

Itaipu vai investir R$ 11,2 milhões em projeto nacional de plantas medicinais

Da Redação

Sara Cheida/Itaipu Binacional
A Itaipu vai aplicar R$ 11,2 milhões em ações para implementar a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) na área de abrangência do Programa Itaipu Mais que Energia, que atinge 399 municípios do Paraná e 35 do Mato Grosso do Sul. A assinatura do convênio em parceria com a Sustentec Produtores Associados foi feita nesta sexta-feira (7), na sede da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (AMOP), em Cascavel (PR). A cerimônia reuniu deputados federais, estaduais e outras autoridades políticas da região.

O objetivo do convênio, que tem previsão de duração de 36 meses, é capacitar e instrumentalizar agricultores familiares e suas organizações, agentes de saúde e lideranças comunitárias, profissionais de saúde, usuários do sistema de saúde, gestores e pesquisadores em relação ao cultivo e ao uso das plantas medicinais e fitoterápicas. Inicialmente serão atingidos cerca de 280 municípios, de 11 Regionais de Saúde, em três macrorregiões do estado do Paraná.


Para o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, a união da experiência da Sustentec, com o apoio do corpo técnico da Binacional, vai resgatar os investimentos em projetos com plantas fitoterápicas e medicinais, retomados pelo governo Lula por meio do PNPMF. “Não estamos inventando a roda, já existia esse programa no passado, mas foi interrompido nos últimos anos e, agora, estamos resgatando”, afirmou. E concluiu: “o caminho é acreditar no desenvolvimento, na justiça social e em um País cada vez mais desenvolvido, mas em especial, acreditar nas pessoas.”

De acordo com o diretor-presidente da Sustentec, Euclides Lara Cardozo Junior, os trabalhos com plantas medicinais, como alternativa de medicamentos para população, representam a volta de um histórico de parcerias entre a empresa e Itaipu, que tem anos de experiência no assunto. “Itaipu não é apenas o concreto da barragem, mas é formada por pessoas que tiveram a sensibilidade e a clareza de resgatar esse projeto”, comentou.

O diretor de Coordenação da Itaipu, Carlos Carboni, explicou que o projeto tem dois grandes objetivos. O primeiro é gerar renda para agricultores familiares, indígenas e quilombolas, por meio do cultivo e comercialização das plantas medicinais, que poderão ser fornecidas para escolas, creches e asilos por meio do Programa Nacional de Aquisição de Alimentos. O segundo é a formação profissional de médicos, enfermeiros e agentes da saúde sobre a importância das plantas medicinais para o tratamento de doenças.

 Setores beneficiados

O objetivo do convênio, além de consolidar a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos na região, é atingir uma ampla gama de profissionais ligados ao tema. Os agricultores familiares, por exemplo, terão qualificação e instrumentalização, com cursos de capacitação, orientação técnica, fornecimento de secadores e construção de projetos executivos de Arranjos Produtivos Locais, para a produção e beneficiamento de plantas medicinais, agregando valor, gerando emprego e renda.

Já os profissionais de saúde terão o desenvolvimento de competências para a prescrição das plantas medicinais para a atenção à saúde, em especial os integrantes das equipes de saúde da família, atuando em estratégias preventivas e curativas de atenção à saúde em tratamentos mais humanizados, com a diminuição da dependência química e seus efeitos colaterais.

Professores e pesquisadores serão beneficiados a partir da geração de conhecimentos científicos, inovação e publicações, que agregarão ciência à utilização das plantas medicinais na atenção à saúde.

Finalmente, os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e a sociedade em geral serão atingidos pela territorialização da PNPMF, e a validação da utilização destas plantas para a melhoria da qualidade de vida e de saúde da população, a partir de estudos de validação com base cientifica. Além disso, o Brasil diminui a sua dependência externa no mercado farmacêutico, consolidando uma política nacional que potencializa a sociobiodiversidade do País em benefício de seus cidadãos.


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