A Seleção Brasileira de Conjunto de Ginástica Rítmica alcançou uma conquista inédita e histórica: neste sábado (18), ao registrar 28.850 na série mista (duas bolas e três fitas) na etapa de Atenas da Copa do Mundo, o Brasil chegou a 63.850 no geral, o que o colocou na terceira colocação. No primeiro dia da fase classificatória, o conjunto comandado pela técnica Camila Ferezin, que é de Londrina, havia ficado na segunda colocação na série de cinco arcos, ao obter a nota 35.000. O ouro e a prata ficaram com Israel (65.450) e Bulgária (64.700), respectivamente.
O Brasil já havia subido ao pódio duas vezes em etapas da Copa do Mundo de GR: conseguiu o bronze em Pesaro, na Itália, no ano passado, e em Minsk, a capital de Belarus, em 2013. No entanto, essas duas medalhas foram conquistada na série mista. Nos Jogos Olímpicos, apenas a disputa no geral rende medalhas. A conquista neste final de semana, portanto, sinaliza que o Brasil se firma como candidato real ao pódio nos Jogos Olímpicos de Paris-2024.
Para se ter uma noção do feito brasileiro, foi a primeira vez em que uma equipe de fora da Europa e da Ásia conquistou uma medalha no geral em uma etapa de Copa do Mundo. Em 2017, os Estados Unidos conquistaram medalha no geral, mas numa etapa da World Challenge Cup Series, que tem um nível inferior.
O grupo enviado a Atenas é formado por Giovana Silva, Maria Eduarda Arakaki, Nicole Pírcio, Sofia Madeira e Victória Borges.
“Se alguém tinha dúvida, agora não resta nenhuma: o Brasil entrou oficialmente para a elite internacional na Ginástica Rítmica. Nós, na CBG, nos sentimos felizes demais. Fui treinadora e sempre sonhei com este dia. Há alguns anos atrás, esse sonho parecia um delírio, porque era muito grande a distância que nos separava das grandes potências, sobretudo as do Leste Europeu. Mas nós trabalhamos muito, nos estruturamos, escalamos um verdadeiro dream team que é a nossa comissão interdisciplinar, formamos essas meninas fantásticas, e hoje estamos aí, competindo de igual para igual no mais alto nível”, disse a presidente da CBG, Luciene Resende.
Muito emocionada com a conquista, a treinadora Camila Ferezin constatou que todo o planeta da GR já enxerga o Brasil com outros olhos. “Logo depois da nossa apresentação nos arcos, todos os outros times começaram a nos observar. Estão de olho na gente agora. Acho que esta é uma vitória de muitas entidades, de muita gente. Tivemos alguns problemas para formar esta equipe, mas conseguimos superá-los, porque temos 12 ginastas treinando lá em Aracaju. Esta é uma vitória das nossas meninas, da CBG, do COB, das Loterias CAIXA. Muita gente nos empurrou para chegarmos aonde estamos”, afirmou a treinadora.
Camila explicou ainda qual o significado da conquista. “Este resultado ratifica a medalha que conseguimos em Pesaro, confirma o que mostramos num excelente Mundial, no qual por pouco não subimos ao pódio. Estamos escrevendo a história por cima da história”, acrescentou.
Para se ter uma noção do feito brasileiro, foi a primeira vez em que uma equipe de fora da Europa e da Ásia conquistou uma medalha no geral em uma etapa de Copa do Mundo. Em 2017, os Estados Unidos conquistaram medalha no geral, mas numa etapa da World Challenge Cup Series, que tem um nível inferior.
Sempre atenta à possibilidade de ganho de qualquer décimo de ponto, a comissão técnica resolveu trocar a coreografia da série de cinco arcos, que já era nova, baseada na música “Fantasy On Ice”. “Aquela coreografia era belíssima, simulávamos movimentos de patinação e tudo. Mas aqui no exterior, os árbitros, torcedores e todo o público interessado em GR querem sempre o Brasil vindo com samba, alegria, nossa cultura. Aí pegamos essa música da Whtiney Houston (I Wanna Dance With Somebody), que é um sucesso internacional, mas aproveitamos uma mixagem que tem uns toques de samba e funk e deu tudo certo. Ficou ótimo. Nossa coreografia é um convite para que dancem conosco”, disse Camila.
E as emoções não param por aí: neste domingo, o Brasil ainda vai disputar as medalhas referentes à série de cinco arcos e da série mista. E o melhor: com transmissão ao vivo pelo Canal Olímpico do Brasil, a partir das 10h. A Seleção Brasileira se classificou em segundo lugar para a final da série de cinco arcos e em quarto para a mista.
CLASSIFICAÇÃO GERAL
1º) Israel – 65.450
2º) Bulgária – 64.700
3º) BRASIL – 63.850
4º) Itália – 62.700
5º) Ucrânia – 62.600
6º) Polônia – 62.500
7º) Grécia – 61.250
8º) França – 58.350
CLASSIFICATÓRIA – SÉRIE MISTA
1º) Bulgária – 30.750
2º) Polônia – 29.050
3º) Israel – 28.950
4º) BRASIL – 28.850
5º) Grécia – 28.200
6º) Itália – 27.850
7º) Ucrânia – 27.800
8º) França – 27.100
CLASSIFICAÇÃO – SÉRIE DE CINCO ARCOS
1º) Israel – 36.500
2º) BRASIL – 35.000
3º) Itália – 34.850
4º) Ucrânia – 34.800
5º) Bulgária – 33.950
6º) Alemanha – 33.550
7º) Polônia – 33.450
8º) Grécia – 33.050