19/03/2023 às 08h27min - Atualizada em 19/03/2023 às 08h27min

Comandado por uma londrinense, Brasil entra de vez na elite internacional da GR com medalha de bronze no geral

Da Redação

Divulgação/CBG

A Seleção Brasileira de Conjunto de Ginástica Rítmica alcançou uma conquista inédita e histórica: neste sábado (18), ao registrar 28.850 na série mista (duas bolas e três fitas) na etapa de Atenas da Copa do Mundo, o Brasil chegou a 63.850 no geral, o que o colocou na terceira colocação. No primeiro dia da fase classificatória, o conjunto comandado pela técnica Camila Ferezin, que é de Londrina, havia ficado na segunda colocação na série de cinco arcos, ao obter a nota 35.000. O ouro e a prata ficaram com Israel (65.450) e Bulgária (64.700), respectivamente.

O Brasil já havia subido ao pódio duas vezes em etapas da Copa do Mundo de GR: conseguiu o bronze em Pesaro, na Itália, no ano passado, e em Minsk, a capital de Belarus, em 2013. No entanto, essas duas medalhas foram conquistada na série mista. Nos Jogos Olímpicos, apenas a disputa no geral rende medalhas. A conquista neste final de semana, portanto, sinaliza que o Brasil se firma como candidato real ao pódio nos Jogos Olímpicos de Paris-2024.

Para se ter uma noção do feito brasileiro, foi a primeira vez em que uma equipe de fora da Europa e da Ásia conquistou uma medalha no geral em uma etapa de Copa do Mundo. Em 2017, os Estados Unidos conquistaram medalha no geral, mas numa etapa da World Challenge Cup Series, que tem um nível inferior.

O grupo enviado a Atenas é formado por Giovana Silva, Maria Eduarda Arakaki, Nicole Pírcio, Sofia Madeira e Victória Borges.

“Se alguém tinha dúvida, agora não resta nenhuma: o Brasil entrou oficialmente para a elite internacional na Ginástica Rítmica. Nós, na CBG, nos sentimos felizes demais. Fui treinadora e sempre sonhei com este dia. Há alguns anos atrás, esse sonho parecia um delírio, porque era muito grande a distância que nos separava das grandes potências, sobretudo as do Leste Europeu. Mas nós trabalhamos muito, nos estruturamos, escalamos um verdadeiro dream team que é a nossa comissão interdisciplinar, formamos essas meninas fantásticas, e hoje estamos aí, competindo de igual para igual no mais alto nível”, disse a presidente da CBG, Luciene Resende.

Muito emocionada com a conquista, a treinadora Camila Ferezin constatou que todo o planeta da GR já enxerga o Brasil com outros olhos. “Logo depois da nossa apresentação nos arcos, todos os outros times começaram a nos observar. Estão de olho na gente agora. Acho que esta é uma vitória de muitas entidades, de muita gente. Tivemos alguns problemas para formar esta equipe, mas conseguimos superá-los, porque temos 12 ginastas treinando lá em Aracaju. Esta é uma vitória das nossas meninas, da CBG, do COB, das Loterias CAIXA. Muita gente nos empurrou para chegarmos aonde estamos”, afirmou a treinadora.

Camila explicou ainda qual o significado da conquista. “Este resultado ratifica a medalha que conseguimos em Pesaro, confirma o que mostramos num excelente Mundial, no qual por pouco não subimos ao pódio. Estamos escrevendo a história por cima da história”, acrescentou.

Para se ter uma noção do feito brasileiro, foi a primeira vez em que uma equipe de fora da Europa e da Ásia conquistou uma medalha no geral em uma etapa de Copa do Mundo. Em 2017, os Estados Unidos conquistaram medalha no geral, mas numa etapa da World Challenge Cup Series, que tem um nível inferior.

Sempre atenta à possibilidade de ganho de qualquer décimo de ponto, a comissão técnica resolveu trocar a coreografia da série de cinco arcos, que já era nova, baseada na música “Fantasy On Ice”. “Aquela coreografia era belíssima, simulávamos movimentos de patinação e tudo. Mas aqui no exterior, os árbitros, torcedores e todo o público interessado em GR querem sempre o Brasil vindo com samba, alegria, nossa cultura. Aí pegamos essa música da Whtiney Houston (I Wanna Dance With Somebody), que é um sucesso internacional, mas aproveitamos uma mixagem que tem uns toques de samba e funk e deu tudo certo. Ficou ótimo. Nossa coreografia é um convite para que dancem conosco”, disse Camila.  

E as emoções não param por aí: neste domingo, o Brasil ainda vai disputar as medalhas referentes à série de cinco arcos e da série mista. E o melhor: com transmissão ao vivo pelo Canal Olímpico do Brasil, a partir das 10h. A Seleção Brasileira se classificou em segundo lugar para a final da série de cinco arcos e em quarto para a mista.

CLASSIFICAÇÃO GERAL

1º) Israel – 65.450

2º) Bulgária – 64.700

3º) BRASIL – 63.850

4º) Itália – 62.700

5º) Ucrânia – 62.600

6º) Polônia – 62.500

7º) Grécia – 61.250

8º) França – 58.350

CLASSIFICATÓRIA – SÉRIE MISTA

1º) Bulgária – 30.750

2º) Polônia – 29.050

3º) Israel – 28.950

4º) BRASIL – 28.850

5º) Grécia – 28.200

6º) Itália – 27.850

7º) Ucrânia – 27.800

8º) França – 27.100

CLASSIFICAÇÃO – SÉRIE DE CINCO ARCOS

1º) Israel – 36.500

2º) BRASIL – 35.000

3º) Itália – 34.850

4º) Ucrânia – 34.800

5º) Bulgária – 33.950

6º) Alemanha – 33.550

7º) Polônia – 33.450

8º) Grécia – 33.050


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