Rodolfo Gaion/CMTU Um levantamento preliminar, elaborado com dados da primeira semana de dezembro, revela que cada R$1 aplicado pela Prefeitura de Londrina na decoração natalina tem o potencial de induzir um fluxo financeiro de R$ 9,25 na economia da cidade. Para chegar a esse resultado, o Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas (NuPEA) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) Campus Londrina elaborou uma pesquisa e entrevistou os visitantes que estavam no Lago Igapó para prestigiar a decoração de Natal.
Desde 2019, a Prefeitura de Londrina realiza decorações especiais para festejar o Natal e o Ano Novo. O trabalho, coordenado pelo Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel) em parceria com demais secretarias, órgãos municipais e entidades da sociedade civil, é sucesso de público todos os anos.
Para 2023, foram destinados cerca de R$ 4 milhões, para decorar e iluminar não só o Lago Igapó II, mas também o Lago Cabrinha, Lagoa Dourada, Calçadão, rotatórias e praças, prédio da Prefeitura e da Câmara Municipal. As atrações também serão levadas aos distritos Warta, Maravilha, Irerê, Paiquerê, Guaravera e Lerroville; além da Catedral, alamedas Miguel Blasi e Manoel Ribas, trechos da avenida Saul Elkind e das ruas Sergipe e Benjamin Constant.
O ápice da decoração é a árvore montada no Lago Igapó, um dos principais espaços públicos da cidade. Com acesso liberado ao público desde a noite de 30 de novembro, a passarela que interliga duas margens do Lago Igapó registrou, até 10 de dezembro, uma média de 2.374 visitantes por dia. Para a projeção da pesquisa, foi apurado que, a cada visitante que fez uso da passarela, outro declarou que não a utilizou.
A pesquisa indicou, ainda, a origem dos visitantes, sendo a maioria de Londrina e moradores da região sul; o meio de deslocamento, em que 90% utiliza carro próprio; e um gasto médio de R$ 35,13 por visitante, entre outras informações.
Aplicando o efeito multiplicado de gastos à movimentação financeira dos gastos das famílias, apurou-se o quanto cada Real investido pela Prefeitura na decoração natalina de 2023 tem potencial de movimentar financeiramente em 9,25 vezes a economia da cidade. O estudo ainda cita que, por não avaliar os demais pontos da cidade que também recebem visitantes pela decoração, bem como o gasto das pessoas que não foram conferir as atrações de Natal, o resultado pode estar subdimensionado.
Em relação à arrecadação de tributos, ao considerar exclusivamente o ISS – Imposto Sobre Serviços, o retorno ao Município pode chegar ao montante de R$ 1.508.510,42. Isso significa que, somente com este potencial arrecadatório, é possível recuperar 46,3% do valor investido.
Segundo o coordenador do NuPEA e professor de Economia na UTFPR Londrina, Marcos Rambalducci, além de ser um período de festividades e celebrações religiosas, o final do ano representa, também, uma notável oportunidade para impulsionar vigorosamente a economia local. “Diversas cidades ao redor do mundo, líderes e empreendedores têm percebido a temporada de Natal como um catalisador econômico, investindo não apenas em decorações deslumbrantes, mas também na criação de eventos que atraem visitantes e fomentam negócios locais. Em muitas cidades que não possuem atrações naturais, utilizam o expediente da decoração, do comércio de época e de eventos e festivais como um atrator de turistas e fomentador da economia local”, afirmou.
Rambalducci, que é economista e doutor em Administração, complementou que Londrina adotou essa visão nos últimos anos, compreendendo que a atmosfera festiva não é apenas uma expressão cultural, mas uma estratégia consciente para dinamizar a economia da cidade. “Esse levantamento, que está sendo realizado pelo NuPEA, da UTFPR Campus Londrina, aponta que cada real investido na decoração de Natal proporciona um retorno de R$ 9,25 reais. A pesquisa, que considera o período de 30 de novembro a 6 de janeiro, mostra que a movimentação financeira na cidade, motivada pela visitação aos logradouros que receberam a decoração de Natal, ultrapassará os 30 milhões de reais. Considerando que o investimento é quase 10 vezes inferior a este valor, não resta dúvidas que não se trata de gastos e sim de investimentos”, ressaltou.