10/11/2023 às 18h58min - Atualizada em 10/11/2023 às 19h30min

​Chuvas e desaceleração de safra refletem no índice de preços do Ipardes

AEN

Roberto Dziura Jr/AEN
O Índice de Preços Regional Alimentos e Bebidas (IPR - Alimentos e Bebidas), calculado mensalmente pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Social e Econômico (Ipardes), apresentou, em outubro, uma elevação de 0,03%. A variação se deve a vários fatores, entre eles o impacto das chuvas e a desaceleração de safra.  No mês anterior, houve recuo do índice no Paraná de -0,8%, antecedido por variações de -1,11%, -1% e -1,45% em junho, quando as quedas tiveram início.

Dos seis municípios cujos dados compõem o índice, o aumento mais relevante visto em outubro foi de 0,39% em Curitiba. Na sequência, de 0,30% em Londrina; de 0,26% em Maringá e de 0,15% em Ponta Grossa. Quedas foram verificadas em Foz do Iguaçu e em Cascavel, de - 0,72% e - 0,23%.


BATATA-INGLESA LIDERA ALTA - Essa inversão de tendência está relacionada, em grande parte, segundo o coordenador de Pesquisas Periódicas e Editoração do Ipardes, Marcelo Antonio, aos reajustes observados em produtos como cebola, peito de frango e, principalmente, batata-inglesa.

O fator principal que levou a batata-inglesa a liderar o aumento de preços mensal, com 32,76%, foi a desaceleração da safra e a influência das chuvas. “As fortes chuvas do último mês podem ter impactado sobremaneira a produção de tubérculos. No caso específico da batata, acrescenta-se que entramos num período de desaceleração da safra, o que ocasiona controles de estoque e restrições de oferta”, disse ele.

Nos seis municípios onde é feita a coleta de preços a batata-inglesa apresentou reajustes de 43,32% em Maringá, de 37,52%; em Londrina; de 36,12%, em Curitiba; de 31,68%, em Cascavel; de 25,14%, em Foz do Iguaçu; e de 23,87% em Ponta Grossa.

O clima também atrasou a colheita da cebola, que foi reajustada em 4,84%. A alta de 5,61% no peito de frango sinaliza recuperação de preços da proteína frente aos meses anteriores, que teve a produção impactada por um aumento da liquidez, de acordo com Marcelo Antonio.

BANANA-CATURRA TEVE QUEDA - As principais quedas, vistas nos preços da banana-caturra, tomate e leite, foram favorecidas, em grande parte, pela ampliação da oferta desses produtos. O maior volume de banana-caturra auxiliou na retração mensal de -5,48%, com maior redução em Foz do Iguaçu (-9,76%). Em Curitiba a variação foi de -8,10%, seguida de Maringá (-6,22%), Londrina (-4,07%), Ponta Grossa (-3,74%) e Cascavel (-0,69%).

A queda de -5,13% do tomate relaciona-se ao clima quente, que acelera a maturação do fruto e a intensificação da safra, e a variação de -4,79% do leite está atrelada à maior disponibilidade interna. “No caso específico do leite, destaca-se, além do crescimento da produção local, o aumento da importação do produto”, explica o coordenador do Ipardes.

QUEDA SEGUE NO PADRÃO DE 12 MESES - As consecutivas retrações dos últimos meses sustentaram a variação negativa no índice de 12 meses, que está agora, no Paraná, em -2,22%. Regionalmente, a maior queda está em Foz do Iguaçu, -3,01%, seguido por Curitiba (-2,97%), Ponta Grossa (-2,88%), Londrina (-1,57%), Cascavel (-1,56%) e Maringá (-1,39%). O óleo de soja liderou as quedas dos últimos 12 meses com variação de -29,89%, acompanhado pela banana-caturra (-22,88%) e a cebola (-22,63%). Entre os aumentos destacam-se o de 24,38% em arroz, 19,79% em laranja-pera e 18,54% em tomate. “Durante o período de 12 meses, o arroz figura como a principal alta (19,79%), ocasionado especialmente pelo aumento da exportação do cereal”, cita Marcelo Antonio.


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