16/10/2023 às 13h55min - Atualizada em 16/10/2023 às 13h55min

​Bala de Banana gera identificação cultural e motiva negócios em Antonina

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Gilson Abreu/AEN
Uma das mais antigas cidades do Paraná, a pequena Antonina, no Litoral do Estado, é uma terra conhecida pelos seus atrativos naturais, patrimônio histórico e grandes eventos de rua, como o Carnaval, mas nas últimas décadas também tem se destacado por um produto que ajuda a levar o seu nome para outras regiões: a bala de banana. Atualmente, é impossível dissociar a cidade de seu mais famoso produto gastronômico – ao lado do barreado – e que em 2020 ganhou ainda mais notoriedade com a conquista do reconhecimento de Indicação Geográfica (IG).

A bala de banana de Antonina é o tema da terceira reportagem da série especial da Agência Estadual de Notícias sobre os produtos paranaenses certificados com o selo de IG, que já abordou a uva de Marialva e a erva-mate de São Mateus do Sul. Com 12 dos 101 produtos reconhecidos no Brasil, o Estado é uma referência nacional em produtos com indicação geográfica, gerando impactos positivos em toda a cadeia produtiva onde estão inseridos.


O reconhecimento foi concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) à Associação dos Produtores de Bala de Banana de Antonina e Morretes (Aprobam), que contou com o auxílio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/PR), prefeitura e Governo do Estado. O selo foi conferido às duas tradicionais fábricas do produto na cidade, que apesar de concorrentes atuaram juntas por sete anos para esta conquista.

As hoje famosas balas de banana de Antonina começaram a ser produzidas comercialmente na cidade nos anos 70, em uma convergência entre o grande cultivo da fruta na região litorânea e o crescente fluxo de turistas. O IG foi concedido em dezembro de 2020, na modalidade de Indicação de Procedência (IP), reconhecimento de que o produto está associado a aspectos culturais, históricos e humanos do local. A precursora foi a Bala de Banana Antonina, fundada em 1979 por uma família de Santa Catarina que se mudou para o Litoral, e que é mais conhecida pela sua embalagem predominantemente verde.

Em 1986, um empreendedor gaúcho criou na cidade a marca Pilar, em uma referência à capela da Virgem do Pilar, erguida na região no início do século 18. Anos depois, porém, a bala foi rebatizada de Bananina, uma junção entre produto e cidade de origem, nome ao qual ficou mais associada, assim como a sua embalagem laranja.

Antes das caraterísticas embalagens, porém, as balas eram comercializadas sem qualquer identificação própria em bancas instaladas na descida da Serra do Mar tanto na BR-277 quanto na Estrada da Graciosa, o que potencializou a sua fama entre os motoristas e suas famílias que lotavam as estradas, sobretudo na temporada de verão.

NEGÓCIO EM EXPANSÃO – Rafaela Takasaki Corrêa, de 39 anos, é diretora executiva da Bala de Banana Antonina. Responsável por gerenciar o negócio familiar, que está em sua terceira geração, ela conta que acompanha há décadas o crescimento e a modernização da empresa, mas que nunca perdeu a essência original do produto. “São 43 anos de produção de bala de banana, dos quais eu tive a oportunidade de acompanhar boa parte. Ela continua a ser considerada uma bala artesanal, em que muitas etapas do processo de fabricação nunca foram mudados. O que nós buscamos foi automatizar alguns procedimentos, em especial na parte final da produção, o que nos permitiu aumentar a escala de produção”, relata.

Atualmente, a bala de banana de Antonina está presente em diversos estabelecimentos comerciais que não se limitam apenas à cidade. Além das vendas no atacado, para abastecer outros comércios, a empresa começou a fazer vendas diretas ao cliente final via e-commerce e em uma loja própria aberta na cidade. A empresa comandada por Rafaela emprega 20 pessoas diretamente e mais oito indiretamente, além de beneficiar 50 famílias de produtores rurais que fornecem de 120 a 150 toneladas de banana-caturra ou nanica por mês. A estrutura envolvida resulta em uma produção diária de aproximadamente 800 quilos de bala, com expectativa de aumentar de 30% a 40% este volume já em 2024.

“A gente considera um produto típico paranaense, até porque a gente leva a marca como uma marca paranaense, com mercado majoritariamente na Capital, Região Metropolitana de Curitiba e no restante do Litoral. Temos alguns clientes de fora do Estado, mas esta região concentra 90% das nossas vendas”, revela.


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