Emerson Dias/NCom Desde 2017, moradores do Jardim São Jorge e bairros vizinhos contam com o projeto solidário Amigas da Wal Dias, que prepara e serve gratuitamente refeições para moradores da região. A iniciativa é conduzida por dez voluntárias, em um imóvel locado na Rua Amélia Baptista Rabello, 93, zona norte da cidade. E nesta segunda-feira (9), essa cozinha comunitária recebeu a visita dos ministros do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, juntamente com o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, e outras autoridades.
Os ministros e o prefeito foram até a sede do Amigas da Wal para conferir esse serviço voluntário que, uma vez por semana, fornece refeição, no almoço ou jantar, para pessoas em situação de vulnerabilidade. Semanalmente, são entregues mais de 300 refeições. Além dos alimentos, o projeto também arrecada e doa roupas, calçados, móveis usados e outros itens que possam ser destinados às famílias da região. Atualmente, essa iniciativa atua informalmente, graças à dedicação de dez voluntárias e seus apoiadores. Agora, o objetivo é incluir o Amigas da Wal Dias no Programa Nacional de Cozinhas Solidárias, dentro do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do Governo Federal. Com isso, o poder público efetua a compra dos alimentos, oriundos da agricultura familiar, e estes são repassados para a cozinha comunitária.
Dezenas de moradores acompanharam a visita dos ministros, acompanhados pelo prefeito Marcelo Belinati. Entre eles, estavam as dez voluntárias, incluindo a responsável pelo projeto, Adriana Marcolino Cordeiro Camelo, que assumiu após o falecimento da fundadora, conhecida no bairro como Wal. “A gente começou fazendo comida para a comunidade, e mesmo quando paramos, porque acabaram os legumes, as pessoas continuaram nos procurando. E as voluntárias vieram para ajudar a preparar e também para pedir doações. Muitas pessoas querem ajudar o próximo, mas não sabem onde, acabam conhecendo nosso projeto e apoiando. Fazemos as refeições, buscamos doações no CEASA, separamos o que será utilizado no preparo e o restante doamos para a comunidade. No dia de servir, temos filas aqui. E chegam até nós várias situações, de diferentes necessidades, mas a principal é de alimento”, detalhou Adriana Camelo.
Uma das três cozinheiras, Fátima Oliveira, contou que hoje preparou sua última refeição no projeto, após seis anos de voluntariado. Ela explicou que, no início, eram servidas duas refeições por semana, às terças e quintas-feiras. “No inverno, nós servíamos janta; e no verão, almoço. Mas tivemos que reduzir para uma vez por semana. E as pessoas vêm sempre buscar, são mais de 140 famílias de pelo menos cinco bairros da região que dependem da gente. E tudo o que preparamos, nós conseguimos por doação”, contou.
De acordo com o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, os próximos passos serão tomados, dentro das regras do PAA, para que este projeto e outros similares sejam incluídos no Programa Nacional de Cozinhas Solidárias. “A nossa vinda é para abrir uma porta para a parceria que o presidente Lula tem recomendado, dentro do Brasil Sem Fome. Na alteração do Programa de Aquisição de Alimentos, é prevista a liberação de recursos para a compra de alimentos na região e que vêm para uma cozinha como essa. Nossa equipe vai orientar para que, se Deus quiser e dentro das regras, a gente possa beneficiar as pessoas que são atendidas por esse projeto”, citou.
E o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, cumprimentou todas as voluntárias pelo trabalho solidário que realizam, no decorrer de todos esses anos, em prol de suas comunidades. “Parabenizo pela força e pelo tamanho do coração de vocês, que alimentam e, ao mesmo tempo, acolhem essas pessoas que tanto precisam. As mulheres é que estão mudando nosso país, na sua base. E se o programa de vocês evoluir para a ideia de uma horta comunitária, junto com a cozinha solidária, contem com nosso Ministério, pois estamos trabalhando nessa ideia”, disse.
Durante a visita, o prefeito de Londrina citou diversas obras e projetos, alguns que já estão sendo licitados, e que vão beneficiar diretamente os moradores do Jardim São Jorge e bairros próximos. Dentre eles, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da zona norte, a duplicação da Avenida Saul Elkind, a reconstrução do barracão de reciclagem, e o novo Restaurante Popular. “Um sonho que eu tenho trabalhado muito nele, e não é fácil, é a regularização do Assentamento Aparecidinha. Que a gente consiga levar toda infraestrutura para todo esse povo tão bom e trabalhador que mora ali. Assim como o São Jorge, que também já foi um assentamento muitos anos atrás”, citou.