29/09/2023 às 15h47min - Atualizada em 29/09/2023 às 15h47min
Foz do Iguaçu recebe equipe para implantação de novas tecnologias no combate à dengue
Redação Paraná em Destaque
Thiago Dutra/PMFI Foz do Iguaçu é uma das 42 cidades, acima de 100 mil habitantes selecionadas pelo Ministério da Saúde, a iniciar o planejamento para a adoção de novas estratégias e tecnologias para o combate à dengue, zika vírus e chikungunya. O trabalho teve início nesta quinta (28) e sexta-feira (29), com a visita técnica de representantes da Coordenação Geral de Arboviroses do Ministério da Saúde (CGARB-MS) e da Secretaria de Estado da Saúde (SESA-PR) ao Centro de Controle de Zoonoses. As equipes também participaram de reuniões com vistas ao alinhamento de ações e formulação para aplicação de novas metodologias de combate às arboviroses.
Além das tradicionais estratégias como as mobilizações e eliminação de criadouros do mosquito, novas intervenções poderão ser incorporadas, como o uso da Wolbachia – uma bactéria introduzida nos mosquitos que impede a transmissão das arboviroses, reduzindo a incidência da doença nos humanos; a liberação de mosquitos estéreis; estações disseminadoras de larvicida, que utilizam potes com água recobertos por tecido sintético impregnado com larvicida; borrifação residual intradomicliar de inseticidas; entre outras.
“Essas ações são muito importantes, porque estamos vivendo epidemias em série e as atividades de controle tradicional não têm surtido o efeito esperado. Por isso, é fundamental essa integração com o Ministério da Saúde e a SESA-PR para o controle vetorial e para enfrentar essa problemática na fronteira”, enfatizou a chefe do CCZ, Renata Defante.
De acordo com a secretária da Saúde, Rose Meri da Rosa, as novas tecnologias são importantes para fortalecer a atuação do CCZ, mas ressalta a importância do comprometimento da população e da adoção de novos hábitos. “O CCZ vem trabalhando com muito empenho desde 1998 no controle do vetor e sempre com muitos desafios, pela questão fronteiriça e diante das novas condições climáticas, mas ainda persiste o problema do descarte irregular e da prevenção à doença”, enfatizou.
Dados - Os dados epidemiológicos de 2022/2023 registraram 56.140 casos notificados, 13.398 confirmados e 22 óbitos por dengue, enquanto de Chikungunya, foram 1.789 casos notificados, sendo 532 confirmados residentes no município e 319 casos não residentes. O último Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), feito em agosto deste ano, também apontou um Índice de Infestação Predial (IIP) de 2,95% caracterizando “médio risco” e o Índice de Positividade de Armadilhas (IPA) de 9,42%, ou seja, “alto risco” para epidemias de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Os indicadores apontam a tendência para uma nova epidemia caso não ocorra o comprometimento de toda a população no combate à dengue. De acordo ainda com o LIRAa, cerca de 80% dos criadouros estão nas residências, em depósitos como lixo, recipientes de plásticos, latas, entulhos e pequenos depósitos móveis.