Divulgação Histórias que “viajam” marcam a abertura do 12º Encontro de Contadores de Histórias de Londrina. Amanhã, ao meio-dia, no Parque Ney Braga, a Cia Benedita na Estrada, de Caldas (MG) conta “O Mede Palmo dá a Volta ao Mundo”.
No domingo tem a reapresentação do espetáculo, às 10h, na Vila Cultural Alma Brasil (Rua Argentina, 693, Vila Larsen). Em seguida, no mesmo local, a narradora de Pinhais (PR), Samara Rosa, pesquisadora de contos de origem africana que se tornaram populares no Brasil, apresenta “Eu Conto pra Vocês e Vocês Contam pra Mais Três - Contos Afro-brasileiros”.
Os ingressos estarão disponíveis uma hora antes de cada espetáculo nos locais de apresentação. A programação completa do encontro, que também oferece oficinas de narrativa oral, pode ser consultada no
site oficial.
A grandeza das pequenas coisas
Mirna Rolim e Bruno Dutra formam a Cia Benedita na Estrada que já participou do ECOH em 2020 e desta vez abre o evento. O casal tem múltiplos talentos.
Bruno é biólogo pela Unicamp, mestre em saneamento e ambiente, desenvolve tecnologias educacionais para despertar o interesse das crianças pelo lado criativo da ciência. Apaixonado por música, toca flauta e percussão, é também dançarino e palhaço.
Mirna é formada em Artes Visuais, pela Unicamp, atua como palhaça, cantora e contadora de histórias. Sua experiência inclui apresentações em praças, espaços culturais, unidades do SESC e SESI, escolas e eventos em 9 estados brasileiros e 70 cidades, além de aldeias indígenas. É ainda inventora de brinquedos e brincadeiras.
Os dois tem gosto pela aventura. Em 2017 partiram de Campinas para viajar pelo Brasil. Foram 6 meses de Kombi e depois 3 anos viajando em bicicletas, a Benê e a Dita. Foi nesse período que surgiu a ideia de criar o espetáculo “O Mede Palmo Dá a Volta ao Mundo”, primeiro conto do 12º ECOH.
A história da lagartinha (o mede palmo) foi escrita por Mirna Rolim, quando ela tinha apenas 8 anos de idade, como tarefa de escola. Quem poderia imaginar que um dia se transformaria numa metáfora da vida da autora.
“A história ficou guardada na minha memória durante anos, mas nem pensava em contar. Em 2018 a gente estava querendo construir um espetáculo novo, mas ainda não sabia qual. Um dia eu estava com um livro na mão, olho pra baixo e vejo um mede palmo andando na borda do livro. Então pensei: a resposta me foi dada. E é muito louco, porque tinha super a ver com o momento que a gente está vivendo. A gente estava viajando de bicicleta, então essa volta ao mundo com passinhos bem miúdos, era exatamente a metáfora do que a gente estava vivendo”, lembra Mirna.
Contos afro-brasileiros
Samara Rosa, narradora de Pinhais, região metropolitana de Curitiba, conta que cresceu ouvindo histórias em casa. Do avô, da mãe, das tias. Naturalmente passou a gosta de ler e de narrar.
Durante três anos ela se dedicou a pesquisar narrativas que “viajaram” da África até o Brasil e são populares por aqui. Entre os contos do espetáculo “Eu Conto pra Vocês e Vocês Contam pra Mais Três” estão histórias de sereias.
“Como o fundo do mar, como as histórias de sereias, conectam o Brasil com o continente africano? Como as histórias da tradição oral aqui contadas, no Brasil, acontecem também em outras regiões do continente africano, especificamente na Angola e em outros países que falam o português?” questiona a pesquisadora.
Quem quiser ver como ela traduziu as respostas para essas perguntas em cena, terá duas oportunidades. A primeira no domingo, na Vila Cultural Alma Brasil (Rua Argentina, 693, Vila Larsen), às 11h. A outra na segunda-feira, na Biblioteca Preta (Casa da Vila - Rua Uruguai, 1656, Vila Brasil), às 15h.
Programação nas escolas
Na segunda-feira escolas e creches começam a receber os artistas do ECOH. O monólogo com a atriz Marina Stuchi, “Me chame pelo meu nome”, que trata do tema da violência contra a mulher, será apresentado no Colégio Estadual do Patrimônio Regina. A atriz, que é de Londrina, também participará de uma roda de conversa com os alunos.
“Gênese Yorubá”, espetáculo popular que narra a criação do mundo na visão do Candomblé, será apresentado no Instituto Roberto Miranda, escola que atende pessoas com deficiência visual.
12º Encontro de Contadores de Histórias de Londrina
19 a 31 de agosto de 2023