Vivian Honorato/NCom A Londrina Iluminação (LI) vai receber R$ 5.869.440,00 da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), para o desenvolvimento de um sistema de telegestão da iluminação de parques e praças públicas. Os recursos serão repassados “a fundo perdido” e não precisarão ser retornados à Finep. Com uma contrapartida de mais R$ 2.410.744,00, o que totaliza R$ 8.280.184,00 para todo o projeto, a LI terá como parceira no desenvolvimento o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O ato para a assinatura do convênio foi formalizado na manhã desta segunda-feira (19), no gabinete do prefeito Marcelo Belinati, do qual participou também o presidente da Finep e ex-ministro da MCTI em 2015, Celso Pansera, entre outras autoridades.
Em seu pronunciamento, o prefeito Marcelo Belinati destacou as vantagens que a cidade terá com o projeto da Londrina Iluminação. “Será muito importante para Londrina, teremos um dispositivo tecnológico que vai permitir que a cidade coloque câmeras em várias localidades, com a nova tecnologia 5G, detector de ruídos e outros componentes que trarão vantagens. Trata-se de um avanço fantástico”, comentou. O prefeito frisou ainda que o projeto, uma parceria da Prefeitura com o Governo Federal, prevê “investimentos que possibilitarão que Londrina evolua muito na inovação, com mais segurança e qualidade de vida para a população”.
“Nossa cidade tem um dos cinco projetos contemplados pela Finep em todo o país, o que transforma a Londrina Iluminação em empresa de ponta na utilização de alta tecnologia em parques de iluminação pública”, comemorou o presidente interino da companhia londrinense, Alexander Farias Fermino.
As melhorias que beneficiarão Londrina são parte de um programa do MCTI/Finep que leva o nome de “Ambientes de Inovação – Cidades Inteligentes e Sustentáveis.” Esta iniciativa conta com o apoio da deputada federal Luísa Canziani (PSD), que preside a Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados, e apoio também do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel).
O processo para a seleção pública (06/2022) do projeto, elaborado pela própria Finep, que tem sede no Rio de Janeiro, envolveu também o interesse de outras 12 empresas de todo o país, mas somente cinco delas foram contempladas, incluindo a Londrina Iluminação. Os cinco projetos vencedores correspondem a um investimento total de mais de R$ 26,6 milhões. Todas as propostas precisaram passar por um protocolo de habilitação e depois por uma análise de mérito, num trabalho técnico que consumiu quase um ano de intensos preparativos.
O presidente da Finep, Celso Pansera, explicou que a Finep administra os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que tem R$ 10 bilhões para aplicar em todo o país somente neste ano. “Metade disso para investimentos e projetos com destinação de recursos a fundo perdido, como é o caso da Londrina Iluminação”, disse Pansera, salientando que a Londrina Iluminação apresentou um projeto muito interessante para tornar mais inteligente o sistema de iluminação, inclusive permitindo que através do sistema transite sinais de internet.
O presidente da Finep ainda disse que o órgão vai acompanhar o desenvolvimento do projeto londrinense. “E se esta rede funcionar como esperamos, nós iremos replicá-lo em outros lugares”, adiantou ele.
Telegestão
O projeto da Londrina Iluminação prevê o desenvolvimento de meios tecnológicos que possibilitem a completa e eficiente telegestão do parque de iluminação do município, que tem 65 mil pontos de luz. Através de dispositivos próprios e específicos, que serão instalados nas luminárias dos postes, será possível o controle e monitoramento das mesmas em tempo real. A tecnologia de telegestão permitirá realizar determinadas atuações nas luminárias de forma remota, e será possível, por exemplo, gerar relatórios e históricos dos pontos de iluminação pública, bem como poderá embarcar uma gama de serviços públicos abrangidos pela tecnologia 5G. “Isso funcionará dentro do conceito das ‘cidades inteligentes’, ou smart-city”, destacou o presidente interino da Londrina Iluminação, Alexander Farias Fermino.
Etapas das Obras
Para fazer jus aos recursos, a Londrina Iluminação apresentou um plano dividido em etapas: especificação de funcionamento e funcionalidades do sistema de telegestão; elaboração do projeto do hardware; prototipagem do hardware; elaboração do firmware; elaboração do software/servidor; validação em campo dos protótipos do sistema; validação quanto às interferências do ambiente externo; teste de hardware, durabilidade e estresse; certificação e homologação da Anatel; entrega do sistema e finalmente, sua instalação em praças e parques públicos.
Segundo o presidente interino da companhia, a última fase, que contempla a entrega do produto final e o início da instalação em campo, levará em torno de nove meses para ser concluída. “Nesta etapa, serão instaladas aproximadamente 4.500 unidades de módulo de telegestão, além de 220 concentradores de dados em praças e parques públicos do município”, explicou Fermino, que atua como diretor de Operações da LI.
Desde o início da execução do projeto, a Londrina Iluminação acompanhará todo o seu desenvolvimento, dentro da parceria estabelecida com o Senai. Todas as etapas terão duração de 36 meses e, no fim, a LI ficará com o domínio dos produtos e soluções.
Para o parque de iluminação pública em si, os ganhos ocorrem nas vantagens proporcionadas pelo monitoramento remoto de toda a rede e sistemas, nos equipamentos tecnológicos instalados nas luminárias; na instalação de relés e softwares próprios; espaço para exploração do 5G; e o domínio dos produtos e soluções tecnológicas.