O estado de São Paulo precisa qualificar 3 milhões de trabalhadores em ocupações industriais até 2025. A informação consta no Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, compilado pelo Observatório Nacional da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Do total, 600 mil deverão se capacitar em formação inicial - para repor os inativos e preencher novas vagas - e 2,4 milhões já possuem uma formação ou estão inseridos no mercado de trabalho, mas precisam se aperfeiçoar.
O gerente executivo do Observatório Nacional da Indústria, Márcio Guerra, afirma que a qualificação profissional é crucial tanto para os trabalhadores que já estão empregados quanto para aqueles que estão fora do mercado de trabalho.
“O aperfeiçoamento deve ser uma estratégia para todos os profissionais. O aprendizado ao longo da vida passa a ter um papel fundamental no mercado de trabalho nos dias de hoje.”
Em São Paulo, a demanda pelo nível de capacitação até 2025 será de:
Em volume, ainda prevalecem as ocupações com nível de qualificação, cerca de 69% do total. Mas, segundo Márcio Guerra, houve um crescimento da demanda por formação em nível superior.
“O nível superior cresce sem dúvida a uma taxa muito elevada. Então, é preciso entender que fazer educação profissional não é o fim de uma trajetória. Profissionais que fazem qualificação profissional, fazem curso técnico e depois caminham para o ensino superior são profissionais extremamente valorizados no mercado de trabalho, pela experiência, pela prática e também pela formação”, avalia.
Em São Paulo, as áreas que mais vão demandar profissionais capacitados, tanto em formação inicial, quanto continuada, são:
O gerente executivo do Observatório Nacional da Indústria, Márcio Guerra, destaca a relevância das ocupações nas áreas transversais. “Ou seja, aquelas ocupações coringas, aquelas profissões que são absorvidas por diversos setores da economia, que vão desde o setor automotivo até o setor de alimentos. No que diz respeito às áreas, vale destacar também aquelas profissões que estão relacionadas com a indústria 4.0, relacionada a automação de processos industriais.”
Ele também explica que há diferenças nas áreas de formação mais demandadas entre os estados. Isso se deve à dimensão do país e à complexidade da economia brasileira. Segundo Márcio Guerra, a heterogeneidade de recursos e de produção acaba refletindo essas características.
"Nós sabemos que, em alguns estados, há uma concentração industrial maior e em outras regiões, como a região Norte, há uma dispersão maior. Então a estrutura industrial, ou seja, os setores que são predominantes em determinadas regiões são diferentes.”
INDÚSTRIA: Demanda por profissionais com nível superior deve crescer 8,7% até 2025
Brasil precisa qualificar 9,6 milhões de trabalhadores em ocupações industriais até 2025
De acordo com o Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, o Brasil precisa qualificar 9,6 milhões de trabalhadores em ocupações industriais nos próximos três anos. Márcio Guerra explica que a projeção considera o contexto econômico, político e tecnológico do país.
“A partir da inteligência de dados, o objetivo do mapa é projetar a demanda por formação profissional de forma que essa informação sirva, não só para o Senai, mas também para uma discussão mais ampla sobre qual vai ser a demanda futura de profissionais no mercado de trabalho. É muito importante para a sociedade conhecer quais são as tendências, quais são as áreas que tendem ao maior crescimento, sobretudo na sua localidade, mas também entender quais profissões têm mais relevância, mais demanda, para que ele possa planejar a sua trajetória de formação profissional”, explica.
O deputado federal Vinícius Poit (Novo-SP) defende a parceria público-privada para promover a qualificação profissional.
“Nos grandes centros industriais, precisamos tanto do estado atuando na capacitação, por meio do ensino técnico profissionalizante, como das empresas que também fornecem material de atualização e treinamento constante para os funcionários. Tem empresa querendo contratar, tem escola para ensinar e tem aluno querendo trabalho. A empresa faz uma parceria, paga a escola, treina a mão de obra para depois ser contratada. E o governo atua só como um facilitador, alguém que liga os pontos.”
Segundo o parlamentar, é preciso modernizar o ensino profissionalizante para atender as demandas de mercado.
“Precisamos capacitar os jovens para as profissões do futuro. Investir em programação, inteligência artificial, robótica, inovação, empreendedorismo, educação financeira. Dessa forma teremos pessoas mais preparadas para entrar no mercado de trabalho, já partindo de um ponto à frente do que temos hoje, para conseguir preencher as vagas em aberto.”
Para o deputado, o Congresso Nacional precisa ajudar a desburocratizar as relações de trabalho e estabelecer estímulos para a educação técnica desde a base.
Confira outras informações do Mapa do Trabalho Industrial e a demanda de outros estados no link.
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