18/05/2023 às 15h08min - Atualizada em 18/05/2023 às 15h08min
Mandaguaçu recebe espetáculo Kaza da Tecer Teatro, aberto ao público
Redação Paraná em Destaque
Elenize Dezgeniski/Divulgação O drama dos refugiados é o tema central do espetáculo Kaza, solo interpretado pela atriz Fabiana Ferreira da Tecer Teatro (Curitiba), que será apresentado em Mandaguaçu, dia 20 de maio, às 19h30, no Centro Cultural Domingos Lançoni / Anfiteatro Maria Cecília Ramires, com entrada gratuita.
‘Kaza’, inspirado em experiências de pessoas em situações extremas e na luta pela dignidade humana, irá circular entre maio e junho por oito municípios do Paraná. A montagem que já passou por cidades do Paraná, Santa Catarina e Rio de Janeiro é de 2018. A atual circulação começou em Chopinzinho, seguiu para Ampére, Renascença, Marmeleiro e, além de Mandaguaçu, será apresentada em: Faxinal, Marilândia do Sul e Araruna. O projeto foi viabilizado por meio do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (PROFICE) da Secretaria de Cultura do Paraná.
As apresentações, 25 ao todo, são totalmente gratuitas com sessões abertas ao público e também direcionadas para os alunos da rede pública de ensino de cada cidade, mediante agendamento das escolas. Os estudantes terão ainda a oportunidade de participar sem custo, por meio da própria escola, de uma oficina de teatro oferecida pela companhia. ‘O Jogo Cênico como Motivação para a Descoberta do Teatro’ será ministrada pelo ator Thadeu Peronne, em cada município.
Kaza não trata apenas de situações de guerra ou de exílio. De acordo com a diretora, Cristine Conde, é sobre ter que partir, sobre perdas e suas consequências, em como sobreviver a essas experiências. Perder a família, um filho, a terra, a cultura. Ser obrigado a deixar seu país, sua cidade, a língua natal, o emprego, a casa. Sua história, seu passado e tudo o que nos representa. Os planos para o futuro, o sonho e a esperança. Perder o chão, perder o norte. Sobre morrer e renascer. Ou morrer em vida.
A incomunicabilidade é outra questão que o espetáculo aborda, a personagem, movida pelo medo e pelo instinto de sobrevivência, tenta se comunicar, mas não é compreendida, apesar de falar em 11 línguas diferentes. O texto é mínimo, a fisicalidade é o que caracteriza o trabalho em cena. O som e a palavra ora se manifestam quase como um grito impossível de conter ora como um lamento. A música, especialmente composta para o espetáculo e executada ao vivo, acompanha a movimentação e a dinâmica da cena conduzindo o desenrolar da história e funcionando como um elemento de conexão entre o ator, o espectador e o drama.
Para Fabiana a personagem é uma sobrevivente, que luta pela vida em meio aos mortos, as peças de roupas que compõem o cenário, assinado pela diretora, representam essas pessoas e suas histórias. “São como peles com as quais a personagem tenta se reconstruir. Nossa intenção com este projeto é dar visibilidade para essas pessoas traumatizadas pelo sofrimento e desespero. Afinal, o que sobra, quando perdemos tudo o que amamos? Kaza aponta para o caminho da luta e da transcendência”, finaliza.