Curitiba propõe nova concessão do transporte coletivo com linhas inéditas e retorno do Circular Centro

Da Redação
09/10/2025 13h35 - Atualizado há 5 horas

Curitiba propõe nova concessão do transporte coletivo com linhas inéditas e retorno do Circular Centro
Ricardo Marajó/SECOM

O sistema de transporte coletivo de Curitiba deve passar por uma ampla reformulação nos próximos anos. A nova concessão, que está em fase de consulta pública, prevê mudanças estruturais no modelo atual, com a criação de novas ligações entre regionais, o retorno do Circular Centro e a implantação de projetos-piloto de transporte sob demanda, operado por aplicativos.

Entre as principais novidades estão conexões diretas entre terminais de diferentes regiões da cidade, reduzindo o tempo de deslocamento e a dependência de integrações pelo Centro. As novas linhas previstas são:

Terminal Tatuquara – Terminal Carmo

Terminal Pinheirinho – Terminal Centenário

Terminal Santa Felicidade – Terminal Bairro Alto

Terminal Portão – Terminal Capão da Imbuia

Essas rotas devem facilitar a mobilidade entre bairros e regionais, tornando o transporte público mais ágil e competitivo em relação ao automóvel.

De acordo com o presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto, o novo modelo foi desenvolvido a partir de um diagnóstico detalhado do sistema atual. “O estudo que embasou a modelagem do edital mostrou a necessidade de tornar o transporte coletivo mais atrativo em trajetos curtos e nos novos eixos regionais”, afirmou.

Retorno do Circular Centro

Outra mudança importante é a volta do Circular Centro, linha tradicional que fazia o trajeto entre os principais pontos da região central nos sentidos horário e anti-horário, utilizando os conhecidos ônibus brancos. O serviço, suspenso durante a pandemia, será retomado para facilitar o acesso ao centro histórico, áreas comerciais e polos de serviços.

Transporte sob demanda

O projeto também prevê testes com transporte sob demanda, modelo que vem sendo implementado em outras cidades do país. Nesse formato, o passageiro solicita a viagem por meio de um aplicativo, acompanha o veículo em tempo real e realiza o pagamento de forma digital. Os veículos circulam apenas quando há demanda, oferecendo mais flexibilidade, eficiência e menor custo operacional, especialmente em áreas de baixa procura. O serviço será totalmente integrado ao sistema tradicional de transporte.

Reestruturação e eficiência

A proposta de concessão também inclui a revisão de 26 linhas de baixa demanda, com ajustes de itinerário, integração temporal e eliminação de sobreposições. O objetivo é otimizar o uso da frota, melhorar a experiência dos usuários e ampliar a cobertura do serviço.

Além disso, está prevista a ampliação da frota elétrica e a diesel renovável, novos indicadores de qualidade e integração temporal irrestrita, garantindo maior eficiência e sustentabilidade ao sistema.

Atualmente, o Sistema Integrado de Mobilidade (SIM) de Curitiba conta com 309 linhas, 22 terminais, 329 estações-tubo e 1.189 ônibus, transportando 555 mil passageiros pagantes por dia útil — cerca de 6,4 milhões de viagens por mês.

Consulta pública aberta

A consulta pública sobre o novo modelo de concessão segue aberta até 17 de outubro. A população pode enviar sugestões e contribuições pelo site oficial da Urbs. Uma nova audiência pública será realizada em 15 de outubro, no Salão de Atos do IMAP Barigui, aberta a todos os interessados. A primeira audiência, em 1º de outubro, reuniu cerca de 200 participantes.

A publicação do edital está prevista para novembro de 2025, com leilão em janeiro de 2026 e início da transição em junho do mesmo ano. O novo contrato terá prazo de 15 anos, dividido em cinco lotes (dois BRTs e três regionais – Norte, Sul e Oeste), com investimento estimado em R$ 3,7 bilhões ao longo do período.


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