A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) confirmou, nesta terça-feira (7), mais um caso de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas no Estado. Com a nova confirmação, o Paraná soma três casos diagnosticados, todos em Curitiba. As vítimas são homens de 36, 60 e 71 anos, que seguem internados e recebem acompanhamento médico especializado.
Entre as notificações em investigação, a Sesa descartou os casos de Foz do Iguaçu e Cruzeiro do Oeste, após exames laboratoriais não detectarem presença da substância tóxica. Dois casos continuam em análise: um em Maringá e outro em Toledo, ambos envolvendo homens de 27 anos internados em hospitais da região. Também foi descartado um caso em Ponta Grossa, após exames e avaliação clínica afastarem a suspeita de intoxicação.
O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, reforçou o alerta à população:
“Estamos monitorando todos os casos de forma rigorosa e articulada com os serviços de saúde do Estado. É essencial que as pessoas consumam apenas bebidas de origem confiável, pois o metanol é altamente tóxico e pode causar danos graves à saúde e até levar à morte”, destacou.
A Sesa já emitiu uma nota técnica às Regionais de Saúde, orientando sobre o monitoramento e a notificação compulsória de casos suspeitos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.
Envio de antídoto
Desde o último sábado (4), o Ministério da Saúde enviou ao Paraná 220 ampolas do antídoto utilizado no tratamento de intoxicações por metanol, que consiste em etanol farmacêutico. O produto é distribuído diretamente aos hospitais responsáveis pelo atendimento dos casos notificados ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) nacional.
A quantidade de antídoto usada varia conforme o quadro clínico e o peso do paciente. Em situações graves, um paciente de 100 quilos pode precisar de até 100 ampolas em um único tratamento, considerando a dose inicial (“de ataque”) e a dose de manutenção, que pode durar até 24 horas.
Dois pacientes paranaenses já receberam o medicamento, e o Estado aguarda novo envio do governo federal.
Sintomas e sinais de alerta
O metanol não pode ser identificado pelo cheiro ou sabor, o que aumenta o risco de ingestão acidental. Os sintomas podem surgir entre 12 e 24 horas após o consumo e, inicialmente, se confundem com os de uma ressaca comum.
Sintomas iniciais (6 a 24 horas):
Dor de cabeça, náuseas e vômitos;
Sonolência e falta de coordenação;
Tontura e confusão mental.
Sintomas graves (após 24 horas):
Dor abdominal intensa;
Alterações visuais (visão turva, fotofobia, embaçamento, pontos escuros ou até cegueira repentina);
Dificuldade respiratória e hiperventilação;
Convulsões e coma.
Onde buscar atendimento
Em caso de suspeita, a Sesa orienta procurar imediatamente um serviço de saúde. Os profissionais devem acionar um dos Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) do Paraná, que orientam a conduta clínica e notificam os casos à secretaria:
CIATox Curitiba: 0800 041 0148
CIATox Londrina: (43) 3371-2244
CIATox Maringá: (44) 3011-9127
CIATox Cascavel: (45) 3321-5261
Orientações de prevenção
A Sesa reforça cuidados essenciais ao consumir bebidas alcoólicas:
Compre apenas de estabelecimentos confiáveis;
Desconfie de preços muito baixos;
Verifique lacre, rótulo e selo fiscal (IPI ou MAPA);
Observe se há impurezas ou partículas no líquido;
Exija nota fiscal ao comprar para revenda, garantindo a procedência.
A secretaria alerta que basta uma pequena quantidade de metanol para causar intoxicação grave, reforçando a importância da atenção redobrada ao consumir bebidas alcoólicas de origem duvidosa.