A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba emitiu novo alerta diante do crescimento de casos de hepatite A na cidade.
Em 2024, foram 563 notificações, das quais 73% em homens, principalmente entre 20 e 39 anos. Do total, 60% precisaram de internação, 2,4% evoluíram para UTI, com um transplante hepático realizado e cinco óbitos registrados.
Já em 2025, até o momento, Curitiba confirmou 64 casos. Destes, 42% demandaram hospitalização, mas não houve transplantes ou mortes.
O cenário segue a tendência de outros grandes centros urbanos, como São Paulo, Belo Horizonte e Natal, que também têm registrado aumento da doença, sobretudo em adultos jovens.
Prevenção é fundamental
A secretária municipal da Saúde, Tatiane Filipak, reforçou a necessidade de cuidados preventivos:
“A hepatite A pode ser evitada com medidas simples, como higiene das mãos, vacinação e sexo seguro. Nosso alerta é para que a população não descuide dessas práticas.”
O infectologista da SMS, Alcides Oliveira, destacou que a doença costuma ser mais grave em adultos.
“Na infância, muitas vezes a infecção é leve ou até assintomática. Já em adultos, há maior risco de hospitalização, insuficiência hepática e, em alguns casos, necessidade de transplante. Por isso, é fundamental procurar atendimento médico ao primeiro sinal de sintomas, como olhos e pele amarelados, urina escura e cansaço intenso”, explicou.
Transmissão e sintomas
A hepatite A é causada por um vírus transmitido principalmente pela via fecal-oral, por meio de água e alimentos contaminados, ou em práticas sexuais com contato com fezes. Os sintomas mais comuns incluem febre, mal-estar, dores no corpo, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia e icterícia (pele e olhos amarelados).
Vacinação
A vacina contra a hepatite A está disponível gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) desde 2013 para crianças de 1 a menores de 5 anos. Também é oferecida em Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crie) para públicos específicos, como:
pessoas vivendo com HIV,
usuários de Profilaxia Pré-Exposição Sexual (PrEP),
portadores de doenças crônicas do fígado,
imunossuprimidos,
candidatos a transplante, entre outros.
Além da vacinação, são medidas essenciais de prevenção:
lavar bem as mãos,
higienizar corretamente os alimentos,
consumir apenas água potável,
usar preservativos nas relações sexuais.