A maior obra pública portuária do Brasil, o Moegão, alcançou 67% de execução geral nesta semana. Na divisão por áreas, o avanço já chega a 76,8% na parte civil, 71,7% na mecânica e 35,6% na elétrica. O novo terminal terá capacidade para descarregar 180 vagões a cada cinco horas, conectando 11 estruturas portuárias e reduzindo significativamente os cruzamentos ferroviários dentro da cidade de Paranaguá.
O complexo é composto por moegas ferroviárias, elevadores de canecas, correias transportadoras, torres de transferência, torres de alimentação, balanças ferroviárias e integradoras, prédios administrativos e de manutenção, além de sistemas auxiliares. Nas próximas semanas, a obra deve avançar com a conclusão das torres pré-moldadas 5 e 9, fundações dos prédios administrativos e montagem dos sistemas mecânicos e elétricos.
Atualmente, estão em instalação as galerias aéreas, estruturas que abrigam três esteiras transportadoras, cada uma com capacidade de movimentar até 2 mil toneladas de grãos por hora.
O investimento total supera R$ 650 milhões, provenientes de recursos próprios da Portos do Paraná e de financiamento pelo BNDES. Hoje, cerca de 550 vagões são descarregados diariamente no Corex; com o Moegão, esse número poderá chegar a 900 vagões por dia, concentrando a operação em um único ponto.
Além de aumentar a eficiência, a obra trará impacto direto no trânsito urbano. Com o fim da entrada de vagões nos terminais, as manobras deixarão de ser necessárias, reduzindo os cruzamentos ferroviários de 16 para cinco. Cada terminal fará sua própria conexão até o Moegão. A entrega está prevista para dezembro de 2025, com início da operação em 2026.
“O Moegão impressiona pelo tamanho e pela complexidade de engenharia. A obra segue dentro do cronograma e deve ser concluída no fim deste ano”, afirmou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
O novo terminal terá capacidade para 24 milhões de toneladas de grãos e farelos por ano, superando a atual média do Corredor de Exportação Leste (Corex) e já se preparando para o futuro crescimento do transporte ferroviário, com a nova Ferroeste e os investimentos na Malha Sul.
Segundo Garcia, a estrutura garante competitividade ao Porto de Paranaguá para as próximas décadas. “O Moegão é uma obra que prepara o porto para o futuro e equilibra a relação com o modal rodoviário, que continuará sendo uma opção relevante até os portos paranaenses”, destacou.
O complexo também terá papel estratégico para os novos terminais arrendados do Porto de Paranaguá – PARs 14, 15 e 25. Parte dos investimentos privados, que somam R$ 1,1 bilhão, será destinada à construção da primeira fase do Píer em “T”, enquanto o Governo do Estado aplicará mais R$ 1 bilhão. O píer contará com quatro berços, permitindo que o Corex triplique a velocidade de carregamento dos navios, de 3 mil para 8 mil toneladas por hora.
Para o setor, a obra representa um salto de eficiência. “A Cotriguaçu já contratou a interligação ao eixo principal do Moegão. Nossa visão é maximizar o recebimento ferroviário, que será a grande evolução do corredor de exportação, ampliando a descarga ferroviária. Estamos juntos nesse processo para somar”, afirmou Rodrigo Buffara, gerente da Cotriguaçu e representante da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP).