O Hospital Regional do Sudoeste Dr. Walter Alberto Pecóits (HRS), administrado pelo Governo do Estado, e o Hospital São Francisco, ambos localizados em Francisco Beltrão, obtiveram resultados significativos em julho no que diz respeito à doação de órgãos. O número de doações efetivas passou de uma a três por mês para seis apenas no último mês.
No HRS, o índice de autorização familiar atingiu 100%, ou seja, todas as famílias abordadas autorizaram a doação de órgãos – quase o dobro da média nacional, que é de 54%. Já no Hospital São Francisco, o índice foi de 71%.
O avanço é resultado do trabalho da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) e da solidariedade das famílias, fundamentais para que as doações ocorram. Em julho, as seis doações realizadas nas duas unidades permitiram a captação de 15 órgãos: 12 rins e três fígados.
Desde o início de 2025, os dois hospitais registraram 27 notificações de morte encefálica, das quais 14 se concretizaram em doações efetivas. No Hospital Regional, especificamente, foram realizadas nove entrevistas com familiares, que resultaram em seis autorizações e doações efetivas.
O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, destacou a importância do trabalho das comissões hospitalares nesse processo. “A taxa de autorização familiar, que considera apenas os doadores elegíveis, é o principal indicador da efetividade do processo de doação. Essa atuação é essencial para garantir ética, segurança e respeito aos envolvidos”, afirmou.
Paraná lidera no país
Segundo o boletim mais recente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), publicado em junho, o Paraná é o estado com maior número de doadores efetivos no Brasil, com 35,5 doadores por milhão de população (pmp) no primeiro trimestre de 2025 – quase o dobro da média nacional, de 18,3 pmp. Um novo boletim deve ser divulgado neste mês de agosto.
Atuação das comissões
Atualmente, o Paraná conta com 70 comissões instaladas em hospitais, reunindo mais de 700 profissionais de diversas áreas, como médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais. Elas são responsáveis por identificar potenciais doadores, acolher e entrevistar as famílias, além de organizar o processo de captação em parceria com a Central Estadual de Transplantes.
Em todo o estado, foram registradas 1.303 notificações de morte encefálica em 2024 e 607 em 2025. Desses casos, 500 e 224 resultaram em doações efetivas, respectivamente. Entre janeiro e junho deste ano, as equipes realizaram 383 entrevistas, com uma taxa de recusa familiar de 31%.