PF apreende pen drive, ação contra Moraes e 14 mil dólares em espécie na casa de Jair Bolsonaro

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A Polícia Federal informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que apreendeu um pen drive, uma cópia de uma ação judicial contra o ministro Alexandre de Moraes e cerca de US$ 14 mil em espécie na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília. A operação foi realizada na manhã desta sexta-feira (18), como parte de uma investigação autorizada pelo STF.

De acordo com a PF, o pen drive foi encontrado escondido em um dos banheiros da casa e será analisado por peritos da Polícia Científica. Também foram apreendidos aproximadamente R$ 8 mil em moeda nacional.

Entre os documentos apreendidos está uma petição apresentada pela plataforma de vídeos Rumble contra Moraes na Justiça dos Estados Unidos. A ação, movida em conjunto com o grupo Trump Media & Technology Group — do ex-presidente dos EUA, Donald Trump — acusa o ministro de censura e contesta ordens judiciais brasileiras que determinaram a remoção de contas de usuários da plataforma.

Embora ter dinheiro em espécie não seja ilegal, a legislação brasileira exige que valores acima de US$ 10 mil sejam declarados à Receita Federal quando uma pessoa entra ou sai do país.

Medidas restritivas e tornozeleira eletrônica

Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro deverá usar tornozeleira eletrônica, está proibido de sair de casa no período entre 19h e 7h e não poderá manter contato com outros investigados, diplomatas ou embaixadas. A decisão também cita que o ex-presidente teria confessado, de forma "consciente e voluntária", uma tentativa de extorsão contra o Judiciário brasileiro. Para Moraes, tanto Jair quanto Eduardo Bolsonaro, que está atualmente nos Estados Unidos, estariam cometendo "atentados à soberania nacional" com o objetivo de influenciar processos em andamento no STF.

Celular apreendido e posição da defesa

A defesa de Bolsonaro, representada pelo advogado Celso Vilardi, confirmou que o celular do ex-presidente foi apreendido durante a operação. Segundo ele, Bolsonaro retornará para casa após a instalação da tornozeleira e, até o momento, não há convocação para depoimento. Vilardi afirmou ainda que só se manifestará após ter acesso integral à decisão judicial. “A família me comunicou sobre os mandados. Solicitei ao STF o acesso completo à decisão para, então, apresentar posicionamento”, disse.

Nota oficial da defesa

"A defesa do ex-Presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário.
A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial."

Contexto da investigação

A ação da PF ocorre no âmbito de um inquérito aberto pelo Supremo no último dia 11, dois dias após o governo dos EUA anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. À época, o ex-presidente Donald Trump alegou que Bolsonaro era alvo de uma “caça às bruxas” e fez críticas públicas ao STF.

Em declaração à imprensa, Bolsonaro classificou a investigação como motivada politicamente e afirmou estar sendo “humilhado”. “Nunca pensei em sair do Brasil ou ir para uma embaixada”, disse o ex-presidente.