Controle da deriva de agrotóxicos em áreas sensíveis é tema de reunião técnica em Maringá

AEN
07/06/2025 09h40 - Atualizado há 3 semanas

Controle da deriva de agrotóxicos em áreas sensíveis é tema de reunião técnica em Maringá
Adapar

A qualidade das culturas da uva e do bicho-da-seda, de grande relevância para a agricultura paranaense, foi o foco de uma reunião técnica realizada nesta sexta-feira (06), em Maringá, na região Noroeste do Paraná. O encontro ocorreu na sede regional do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) e reuniu representantes da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), pesquisadores e empresas do setor de defensivos agrícolas.

O principal tema foi a mitigação dos impactos causados pela deriva de agrotóxicos — fenômeno que ocorre quando produtos aplicados em lavouras são carregados pelo vento ou por condições climáticas adversas, atingindo áreas vizinhas não-alvo. Culturas sensíveis, como a uva e as amoreiras (alimento do bicho-da-seda), podem sofrer danos significativos, afetando a produção, o solo e o meio ambiente.

Durante o evento, o diretor de Defesa Agropecuária da Adapar, Renato Young Blood, destacou os avanços alcançados na fiscalização e combate à aplicação inadequada de defensivos.

“Nos últimos cinco anos, capacitamos nossos fiscais e melhoramos os pulverizadores na região de Marialva. Hoje, mais de 90% dos equipamentos estão em condições adequadas de operação”, afirmou.

Uma das ações de destaque nesse contexto foi a Operação Agro+, realizada em 2023, que fiscalizou 260 pulverizadores na região de Marialva — maior polo produtor de uva do Paraná. A cidade colheu mais de 10 mil toneladas de uvas, com um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 70,4 milhões. Além das inspeções, os fiscais orientaram os produtores sobre como corrigir eventuais irregularidades.

Sericicultura também é afetada
Outro setor sensível à deriva de defensivos é a sericicultura. O uso inadequado de inseticidas pode contaminar as amoreiras, prejudicando a alimentação das lagartas do bicho-da-seda e comprometendo a produção de casulos.

O Paraná lidera a produção nacional de casulos, com 1,4 mil toneladas em 2023 — o que representa 86% da produção brasileira e um VBP de R$ 39,2 milhões. O município de Nova Esperança, também no Noroeste, é o maior produtor do país, com 138,8 toneladas colhidas em 277 hectares.

Durante a reunião, a Adapar destacou que a sericicultura passou a ser considerada prioridade nas ações de prevenção à deriva, com o objetivo de ampliar a orientação técnica e as medidas de controle nas regiões mais afetadas.

Participação técnica e ações futuras
Além da apresentação de dados e estratégias da Adapar, o evento contou com contribuições técnicas de empresas e pesquisadores, que discutiram soluções para a aplicação segura de defensivos agrícolas e o aprimoramento de práticas sustentáveis. Também foram abordados os cadastros de pomares de uva, uma ferramenta importante para o planejamento de ações preventivas.

Essa reunião faz parte de um conjunto de iniciativas já em andamento no Paraná. Em maio, o Estado iniciou o mapeamento de pomares de uva, com o objetivo de identificar com precisão a localização dessas áreas e planejar campanhas educativas voltadas ao controle da deriva.


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