Escolas estaduais do Paraná realizam força-tarefa para recolhimento de cigarros eletrônicos

NRE/AMSUL

A Secretaria da Educação do Paraná (Seed-PR), por meio do Departamento de Educação Inclusiva (Dein), promoveu nesta semana uma força-tarefa estadual para recolher cigarros eletrônicos apreendidos nas escolas da rede pública. A ação integra o trabalho conjunto com a Secretaria da Segurança Pública (Sesp) e atende à necessidade de destinar corretamente os dispositivos, cuja venda e posse são proibidas no Brasil.

Conhecidos como vapes ou vaporizadores, os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) aquecem líquidos que geram aerossóis inalados pelos usuários. Embora a comercialização seja proibida pela Anvisa desde 2009, o uso entre jovens tem crescido e preocupa autoridades de saúde e educação.

Recolhimento nas escolas
Anteriormente, os cigarros eletrônicos apreendidos eram apenas registrados e armazenados nas escolas, sem um protocolo claro de descarte. Agora, com o novo fluxo definido pelo grupo de trabalho, os dispositivos estão sendo recolhidos pelas equipes dos Núcleos Regionais de Educação (NREs) e encaminhados para incineração, com apoio dos Batalhões da Patrulha Escolar Comunitária (BPEC) e da Receita Federal.

Cada NRE elaborou um cronograma para o recolhimento, com prazo final nesta sexta-feira (6), e precisou disponibilizar uma sala segura para armazenar os materiais até a retirada. Após isso, os dispositivos serão enviados à Receita Federal, responsável pela destruição.

“A retenção e descarte dos dispositivos são medidas fundamentais para proteger a saúde dos estudantes e garantir o cumprimento da legislação”, destaca Maíra Tavares, chefe do Dein.

Crescente uso entre jovens
Dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), do IBGE, indicam que 17% dos adolescentes entre 13 e 17 anos já experimentaram cigarro eletrônico. Outra pesquisa, feita pelo Ministério da Saúde, aponta que 70% dos usuários no Brasil estão na faixa entre 15 e 24 anos. O uso do produto está associado a casos de lesões pulmonares graves, conhecidos como EVALI (doença pulmonar associada ao uso de vapes).

“O Governo do Paraná tem atuado na prevenção com campanhas, materiais informativos e formação de professores para alertar sobre os riscos dos cigarros eletrônicos e das drogas em geral”, afirmou o secretário da Educação, Roni Miranda.

Destaque para os Núcleos Regionais
Dois Núcleos Regionais se destacaram na mobilização: Cascavel e Área Metropolitana Sul (AMSUL).

Em Cascavel, que enfrenta desafios adicionais por estar próxima à fronteira com o Paraguai, foram recolhidos 1.376 dispositivos em 93 escolas. O Núcleo mantém parcerias com instituições locais, como o Ministério Público, e elaborou uma resolução aprovada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), orientando as escolas sobre como proceder em casos de apreensão.

Já o Núcleo AMSUL — que atende 14 municípios da Região Metropolitana de Curitiba — descentralizou o recolhimento. Os diretores escolares entregaram os dispositivos nas unidades de assistência familiar de cada cidade, de onde foram levados ao Núcleo. A estratégia permitiu que todos os DEFs fossem recolhidos até 30 de maio.