Mais de 10 milhões de ovos são destruídos no Paraná como medida preventiva contra a gripe aviária

Rodrigo Felix Leal/AEN

Mais de 10 milhões de ovos estão sendo destruídos em um incubatório no Paraná como medida preventiva contra a gripe aviária, conforme informou a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, por meio da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).

A decisão foi tomada após o rastreamento de 12 mil ovos de incubação enviados do Rio Grande do Sul — estado que confirmou seu primeiro foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) — para o mesmo incubatório. A eliminação dos ovos teve início na última sexta-feira (16) e deve ser concluída até esta terça-feira (20).

Segundo o Ministério da Agricultura, os ovos em questão não se destinam ao consumo humano, pois são usados como matrizes fertilizadas para geração de novas aves. Apesar de não haver indícios de contaminação nos ovos, a Adapar segue os protocolos sanitários nacionais, que orientam a destruição em casos de risco, como forma de evitar qualquer possibilidade de disseminação do vírus.

O Ministério reforça que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves ou ovos, já que o cozimento elimina completamente o vírus. Medidas semelhantes às adotadas no Paraná também foram implementadas em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul.

Desde a chegada do vírus H5N1 ao Brasil, em 15 de maio de 2023, foram investigados 2.883 casos suspeitos de síndrome respiratória e nervosa em aves. Desses, 166 foram confirmados como gripe aviária, o que representa cerca de 5% dos casos. Entre as confirmações, há um foco em granja comercial, três em criações domésticas (aves de subsistência) e 164 em aves silvestres.

Setor avícola do Paraná em alerta

O Paraná é atualmente o maior produtor e exportador de carne de frango do país. Diante da relevância econômica do setor, a Adapar mantém protocolos rígidos de biosseguridade e reforçou orientações aos produtores. Entre as recomendações estão o reforço nas barreiras físicas para impedir o acesso de animais silvestres às granjas, controle rigoroso de acesso de pessoas, desinfecção de calçados, roupas e veículos, além de canais de notificação para qualquer suspeita da doença.

Suspensão de importações

Com o registro de casos de gripe aviária, países como China, União Europeia, Argentina, Uruguai, Chile e México suspenderam temporariamente as compras de carne de frango do Brasil. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o temor não está relacionado ao consumo humano, mas sim ao risco de contaminação sanitária em plantéis comerciais estrangeiros, caso uma carcaça contaminada entre em contato com aves vivas.

“Não é o consumo que está em risco, e sim a segurança sanitária das granjas nos países importadores”, explicou Fávaro em entrevista à GloboNews. Ele também ressaltou que, para o consumidor, não há qualquer risco: “As pessoas não devem consumir carne ou ovos crus, até por conta de outras doenças como a salmonella. O cozimento elimina totalmente o vírus”, concluiu.