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Mais de 1,2 mil quilômetros de rodovias estaduais e federais que cortam os Campos Gerais, Vale do Ivaí, Norte, Centro-Sul, Oeste e Sudoeste do Paraná receberão investimentos de R$ 36 bilhões em obras de ampliação e melhorias. As intervenções fazem parte dos lotes 3 e 6 do novo programa de concessões rodoviárias do estado, cujos contratos foram assinados nesta segunda-feira (28) em Brasília pelo Governo do Paraná, Governo Federal, ANTT e as concessionárias vencedoras dos leilões.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior, que participou da cerimônia, afirmou que o avanço no programa de concessões reflete uma estratégia de longo prazo, que aproveita as vocações econômicas do estado: sua capacidade de produção agrícola e localização estratégica. Ele destacou que essas ações impulsionaram o Paraná a registrar o maior crescimento econômico do país em fevereiro deste ano, segundo dados do Banco Central.
"Esse resultado é fruto de um planejamento iniciado em 2019, voltado à industrialização da produção agrícola, posicionando o Paraná como o 'supermercado do mundo', além dos investimentos robustos em infraestrutura e logística, especialmente com o maior pacote de concessões rodoviárias da América Latina", afirmou o governador.
Ratinho Junior também elogiou o novo modelo de concessões, que reúne trechos estaduais e federais em um único pacote, o que, segundo ele, garantiu maior atratividade para investidores e mais benefícios para a população. "Estamos entregando um modelo justo e transparente, consolidando o Paraná como um polo logístico da América do Sul, aproveitando nossa localização no centro de 70% do PIB do continente", completou.
Os contratos contemplam quase 600 quilômetros de duplicações, além da construção de viadutos, trincheiras, contornos, faixas adicionais, áreas de escape, paradas de descanso, ciclovias, passarelas e instalação de sistemas inteligentes, como câmeras de reconhecimento de placas e monitoramento meteorológico.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, elogiou a parceria entre os governos estadual e federal. "O Paraná está liderando uma agenda de desenvolvimento que pode servir de exemplo para outros estados", afirmou.
O diretor-geral da ANTT, Guilherme Theo Sampaio, também destacou que os novos contratos oferecem previsibilidade e segurança para investidores e para o desenvolvimento do estado.
Próximas etapas
O prazo de concessão passa a contar a partir da assinatura do Termo de Arrolamento e Transferência de Bens, prevista para ocorrer em até 30 dias. A partir daí, as concessionárias assumem as rodovias e iniciam os serviços de recuperação. A cobrança de pedágios, no entanto, só poderá começar após vistoria e autorização da ANTT, seguida de ampla divulgação das tarifas e descontos.
Detalhes dos lotes
Lote 3:
Com cerca de 570 quilômetros, será administrado pelo Grupo Motiva (antiga CCR S.A), que ofereceu desconto de 26,6% nas tarifas. O lote, parte do Corredor Norte, conecta o interior paranaense ao Porto de Paranaguá e aos estados de Santa Catarina e São Paulo. O investimento previsto é de R$ 16 bilhões, abrangendo duplicações nas BR-369, BR-373, BR-376, PR-170, PR-323, PR-445 e PR-090.
As obras incluem 132 quilômetros de duplicações e 24,6 quilômetros de faixas adicionais, além de importantes contornos em Apucarana, Califórnia e Ponta Grossa, e a construção de uma área de escape na Serra do Cadeado, em Mauá da Serra.
Lote 6:
O maior projeto do pacote foi arrematado pelo Grupo EPR, com previsão de R$ 20,2 bilhões em investimentos. Serão 462 quilômetros duplicados e melhorias em 662,1 quilômetros de rodovias como BR-163, BR-277, PR-158, PR-180, PR-182, PR-280 e PR-483.
O lote interliga 32 municípios e nove praças de pedágio, conectando a fronteira Oeste com o Porto de Paranaguá. Entre as principais obras estão o Contorno de Marmeleiro e o Contorno de Lindoeste.
Pacote de concessões
Com a assinatura dos lotes 3 e 6, o Paraná chega a quatro dos seis lotes previstos já concedidos à iniciativa privada. A conclusão do pacote deve ocorrer até 2026, com os lotes 4 e 5 programados para serem leiloados em setembro.
O lote 1 já está sob gestão do Grupo Pátria, com previsão de R$ 7,9 bilhões em investimentos, enquanto o lote 2, também administrado pelo Grupo EPR, contará com R$ 10,8 bilhões em obras.
No total, o programa prevê a concessão de 3,3 mil quilômetros de rodovias, dos quais 1,1 mil são estaduais, com investimentos estimados em mais de R$ 60 bilhões ao longo de 30 anos.
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