A primeira safra de milho já superou em 90% a colheita e deve ter a maior produtividade média da história para a safra. Essa é uma das informações trazidas na Previsão Subjetiva de Safra (PSS), divulgada nesta quinta-feira (27) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab).
A estimativa para a produção da primeira safra do milho é de 2,8 milhões de toneladas, 13% a mais que a do ano passado, que foi de 2,5 milhões, em uma área menor, de 268,3 mil hectares, e 9% a menos que em 2024, que foi de 294,3 hectares, isso com uma produtividade média de 10.627 quilos por hectare, a maior da história, que se destaca diante dos 8.582 kg/ha do ano anterior.
Segundo o analista do Deral Edmar Gervásio, o mercado está favorável ao produtor, que está recebendo em torno de R$ 70 a saca. “O produtor tem preços com alta acima de 40% quando comparado ao mesmo período do ano passado. E essa lavoura também teve um custo de implementação menor se comparado à anterior” afirma.
Mas os preços futuros tendem a ser menores. O analista do Deral também explica que a expectativa da safra mundial é boa e o plantio da safra dos Estados Unidos, maior produtor do cereal, inicia em abril e deve ter aumento de área.
Já as expectativas para a segunda safra da cultura não são tão boas. A falta de chuvas no mês de março, somada às altas temperaturas, deve afetar a safra que ainda está em desenvolvimento, mas que, por enquanto, apresenta uma estimativa de 15,9 milhões de toneladas.
SOJA – As condições climáticas continuam a rebaixar as expectativas para a safra de soja. O levantamento atual prevê 21,06 milhões de toneladas. Em fevereiro a estimativa estava em 21,18 milhões. A colheita dos 5,76 milhões de hectares alcançou 90% nesta semana, dando mais confiabilidade aos números.
“No início da safra era esperada uma produção de 22,23 milhões de toneladas, entretanto a irregularidade climática em boa parte do Estado impactou as produtividades”, destacou Edmar Gervásio. O fenômeno foi observado principalmente no Oeste e Norte do Estado. Essas duas regiões são responsáveis por 43% da área. Por outro lado, a região Sul tem surpreendido positivamente, com ganhos de produtividade.
Segundo o analista, a perda de 1,17 milhão de toneladas (5,3%) representa menos R$ 2,3 bilhões sendo transacionados no Estado, em valores atuais. “Mesmo com as perdas registradas no campo, a safra ainda é boa para o produtor, pois teve custos menores para o plantio e o preço médio de venda este ano é aproximadamente 13% superior ao de março de 2024”, disse Gervásio.
OLERICULTURA
A colheita da 2ª safra da batata apresenta boa produtividade, a safra de cebola foi encerrada com resultados revisados, e a primeira safra do tomate está em fase final de colheita com bom rendimento. A 2ª safra do tomate enfrenta desafios de produtividade. Em relação aos preços, o tomate se destacou com aumento no atacado, enquanto batata e cebola apresentaram quedas anuais significativas, refletindo condições de oferta e demanda.
A 2ª safra da batata já está 92% plantada e obteve uma evolução de 16% em quatro semanas, com uma estimativa de produção de 342,6 mil toneladas em 31,2 t/ha. Em relação aos preços, no atacado a batata apresentou uma queda anual de 58,33%. O preço nesta semana foi avaliado em R$ 55,00 a saca de 25 quilos, valor que, em março do ano passado, era de R$ 120,00.
A safra 2024/25 das cebolas foi encerrada com uma colheita de 129,1 mil toneladas em 3,2 mil hectares. Isso representa 2% a menos que fevereiro do ano passado. Por outro lado, a produtividade ficou em 39,8 t/ha, 2,3% a mais que o previsto. Em fevereiro o preço de atacado da cebola encontrava-se em R$ 22,32 a saca de 20 quilos, valor que no ano passado era de R$ 55,63, uma queda anual de 59,9%.
O tomate de primeira safra está praticamente todo plantado em uma área de 2,5 mil hectares. 99% já foram colhidos somando 156,8 mil toneladas das 170,9 mil toneladas previstas. A segunda safra já está 82% plantada e 32% colhida, com uma produtividade de 28,1 t/ha, número bem menor frente aos 75,1 t/ha previstos.
Isso impactou também os preços. No atacado, o tomate apresentou um aumento anual de 25%, mas também um aumento significativo mensal. A caixa de 20 quilos, que estava R$ 90 em fevereiro, aumentou para R$ 150 na última semana. Uma alta de 66,7%. Os bolsões de calor no início do ano somados à nova praga nos tomateiros podem ter contribuído para este cenário.
CULTURAS DE INVERNO
Como de costume, em março o Deral publica as primeiras intenções de plantio das culturas de inverno, como aveia, canola, centeio, cevada, trigo e triticale, que apontam que em 2025 é possível que o Paraná produza 3,8 milhões de toneladas dessas culturas, 30% a mais que o ano passado, porém em uma área 15% menor, de 1,5 milhão para 1,2 milhão.
O feijão de segunda safra permanece estável em relação ao mês passado e boa para o produtor. A expectativa é colher 610,6 mil toneladas em uma área de 332 mil hectares.
Com as estimativas atuais e as primeiras previsões das culturas de inverno, documento também indica a estimativa da produção total de grãos no Paraná para 2025 em 45 milhões de toneladas – 19% maior que o ano passado – em uma área de 10,5 milhões de hectares.
BOLETIM
O Deral também divulgou nesta quinta-feira o Boletim de Conjuntura Agropecuária. Além de falar de alguns produtos que fazem parte da safra paranaense, o documento aborda a expectativa de melhores preços ao produtor de gado de leite, em razão da menor captação industrial e aumento nas exportações.
Também há texto sobre o recorde de abates de suínos em 2024, ainda que haja retração na produção de carnes devido à redução no peso médio dos animais. A produção de ovos no Brasil atingiu um recorde em 2024, com o Paraná mantendo a segunda colocação, com 459,114 milhões de dúzias.