Lucas Worobel/NCom Seis escolas municipais de Londrina receberam, nesta quinta-feira (7), a coletânea de cartas poéticas do projeto “Do Sonho ao Verso em Cartas”. As poesias foram escritas pelos estudantes do 5º ano de seis escolas participantes. Ao todo, mais de 300 estudantes de 17 turmas participaram das oficinas de escrita desenvolvidas desde o 1º semestre desse ano.
A ação foi idealizada e coordenada pela professora de língua portuguesa, Bruna Bolognesi Sabino, e recebeu apoio da Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), com recursos do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic).
Das centenas de textos escritos, 22 foram selecionados para estarem na coletânea. O autor de cada texto selecionado recebeu um exemplar do livro em sala de aula, ao longo da manhã e da tarde de hoje. Outras unidades serão distribuídas nas bibliotecas públicas de Londrina. Uma versão on-line também está disponível. (Clique aqui para acessá-la).
Entre sonhos e perspectivas, o conteúdo das cartas é variado. Desde o desejo de ver o mar, ser veterinária quando crescer, até se tornar professor de matemática por conta da paixão pelos números. As cartas escritas foram trocadas entre as escolas como uma forma de promover o diálogo e integração entre diferentes regiões da cidade.
A troca de cartas também é uma forma de compartilhamento de experiências entre os estudantes, apresentando novas perspectivas de mundo. “Um aluno relatou que recebeu uma carta de uma colega, contando que seu pais são eram divorciados. Ele se identificou porque também vivenciou algo parecido”, lembrou a professora Bruna Bolognesi.
Nos textos, as crianças não se prenderam a uma estrutura rígida de poesia, mas transformaram em palavras seus desejos e sentimentos, expressando a própria individualidade, que pode ser comum entre eles. “Lendo as poesias, eu percebi que realmente foi uma oportunidade de reflexão para as crianças. As cartas revelam a singularidade de cada uma, ao mesmo tempo em que alguns elementos se repetem” afirmou Bolognesi.
Sonhar nunca é demais – A professora Bolognesi revelou que a ideia inicial era ter, na coletânea, uma poesia por turma, o que se revelou “algo impossível”, em suas próprias palavras. Para resolver o problema, foram adicionados mais cinco textos em um novo capítulo, somando mais cinco páginas no livro. “A questão do sonhar é um tema pertinente para idade deles, que logo vão sair dessa fase do imaginar. Então o sonho e a escrita criativa são uma forma de manter essa possibilidade viva” comentou.
Quem vê de fora, a sinceridade dos textos dá a impressão que foi simples a escrita das poesias, mas os próprios alunos relataram que foi um processo demorado. “Eu estava sem criatividade na hora, por isso demorei um pouco mais”, revelou a tímida Millena Feitosa, de 10 anos, que ganhou o livro, já que seu texto foi um dos selecionados.
De maneira geral, as crianças se mostraram muito felizes em participar das oficinas e de exercitar a escrita. “Foi muito divertido escrever e ler os poemas. Achei muito fofas as cartinhas”, disse Laís, também com 10 anos.
Matheus, com 11 anos, também se mostrou entusiasmado com a experiência. “Foi uma experiência única, bem diferente. Lembro que pude falar sobre mim, achei bem bacana”, completou o estudante.
O designer que diagramou o livro, Fernando Ito, se disse surpreso ao ver o resultado do trabalho dos poetas mirins. “Fiquei impressionado ao ver os textos quando diagramei o livro final com as cartas selecionadas. Os diferentes designs de papéis de carta que eu elaborei foram utilizados e customizados de formas bem criativa”, afirmou Ito.
As escolas que participaram do projeto foram:
Escola Municipal David Dequech, no Ouro Verde;
Escola Municipal Padre Anchieta, no Patrim Heimtail;
Escola Municipal Professor Juliano Stinghen, no conjunto Professor Parigot de Souza;
Escola Municipal Joaquim Vicente de Castro, no conjunto Cafezal I;
Escola Municipal Pedro Vergara Correa, no Conjunto Habitacional Parque Mister Thomas;
Escola Municipal Áurea Alvim Toffoli, também no Mister Thomas.