Ministério da Saúde premia Londrina por cumprir metas para o fim da tuberculose

A cidade de Londrina recebeu certificado do Ministério da Saúde (MS) pelo cumprimento de metas do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose, que visa à eliminação da doença. A homenagem aconteceu em Brasília, durante a Reunião de Coordenações Estaduais e Municipais (de capitais) de Tuberculose, no dia 17 de outubro.

O Ministério premiou três grupos: municípios com mais de 100 mil habitantes, no qual Londrina está inserida; capitais; estados e Distrito Federal. Foram certificados os três municípios, capitais e unidades da federação que apresentaram melhor desempenho em quatro metas dentro de seus respectivos grupos.

As metas foram: 76% ou mais de cura de casos novos de tuberculose pulmonar com confirmação laboratorial; 70% ou mais de realização de teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB); 82% ou mais de realização de terapia antirretroviral (Tarv) para pessoas com coinfecção tuberculose e HIV; e ranking de maior aumento na proporção de utilização do esquema 3HP (três meses de rifapentina com isonizida para prevenção da tuberculose).

Londrina recebeu certificação pela meta de realização de Tarv, ao lado dos municípios de São José (PR) e Sobral (CE) e dos estados do Pará, Acre e Rio de Janeiro. O médico infectologista Fabio Guedes Crespo, do Ambulatório de Hiv/Aids e Tuberculose da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), explicou que é muito importante fazer o tratamento do HIV nos pacientes que têm tuberculose, pois quando não há o tratamento das duas infecções a mortalidade aumenta. “Nós percebemos que quando há um atraso na administração do coquetel para HIV, nestes pacientes, aumenta a mortalidade, a transmissão do vírus, e a internação”, informou.

O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, ressaltou que o reconhecimento nacional confirma que Londrina se tornou referência em saúde pública nos últimos anos. “Isso foi possível devido à reestruturação na rede feita pela administração do prefeito Marcelo Belinati, pelas mudanças no processo de trabalho, implementação de novas tecnologias, e ampliação ao acesso à novas especialidades. Isso referenda, de forma importante, o trabalho técnico e qualificado desempenhado pelos nossos valorosos servidores, do Centro Integrado de Doenças Infecciosas (Cidi)”, afirmou.

O secretário relatou, ainda, que participou da visita que a equipe técnica do MS fez a Londrina, há alguns meses, para conhecer a rede de serviços da Prefeitura, entender a metodologia de trabalho do Município, e levantar os dados necessários para a premiação. “Naquela oportunidade, com toda a humildade do mundo, mas com convicção pelo trabalho excelente que é realizado por nossa equipe, eu me antecipei. Disse aos técnicos que, com certeza, após os levantamentos dos dados capturados em Londrina e análise, eles iriam certificar e ratificar o bom trabalho em nossa cidade. Isso representa saúde de qualidade, avanço e atendimento digno a nossa população. Meus parabéns a todos os envolvidos”, expôs.

Em entrevista para o portal do MS, a coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (CGTM/Dathi), Fernanda Dockhorn, parabenizou os homenageados. Segundo ela, no período pós-pandemia os desafios no combate à tuberculose aumentaram, por isso a importância de reconhecer os esforços das equipes de saúde dos estados e municípios no alcance das metas do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública.

Sobre a doença – A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Afeta principalmente os pulmões, mas também pode atingir outros órgãos, como rins, gânglios linfáticos e intestino. A tuberculose é transmitida pelo ar e é curada se diagnosticada e tratada adequadamente. Os principais sintomas são tosse há mais de duas ou três semanas, perda de peso, febre e suor noturno. Em caso de suspeita, a orientação é procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para avaliação médica.