31/10/2024 às 16h10min - Atualizada em 31/10/2024 às 16h10min
Chefe de gabinete de Filipe Barros usa dinheiro público em corrida para casa de swing, em Londrina
Da Redação
Reprodução/Redes Sociais O gabinete do deputado federal Filipe Barros (PL) usou recursos públicos para pagar uma corrida de Uber realizada por um assessor que visitou uma conhecida casa de entretenimento adulto em Londrina. As informações foram publicadas pelo Portal Metrópoles nesta quarta-feira (30). Conforme a apuração do jornal, as corridas feitas durante a madrugada foram reembolsadas pela Câmara dos Deputados com a verba destinada à cota parlamentar.
O endereço de destino foi a Rua Recife, onde está localizado o Manhattan Bar, conhecido como ‘bar do pêra’, um clube de entretenimento adulto na cidade.
A corrida de volta ocorreu por volta das 4h46 da madrugada de 6 de março e durou nove minutos, percorrendo 3,7 km até o hotel onde o funcionário estava hospedado. Documentos obtidos pelo Metrópoles indicam que o gasto foi feito por um funcionário do gabinete do deputado enquanto o parlamentar se encontrava em uma missão oficial no exterior. Durante esse período, Filipe Barros estava em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, participando de um fórum relacionado ao bloco dos Brics.
Segundo os documentos divulgados pelo jornal, a viagem de ida à casa noturna foi iniciada pouco após o início da madrugada de 6 de março de 2024, saindo do mesmo hotel onde Bruno Cardoso Araújo, chefe de gabinete de Barros, estava hospedado. O custo das viagens foi de aproximadamente R$ 30. No entanto, o regimento interno da Câmara estabelece que os gastos reembolsáveis devem estar estritamente ligados ao exercício da função parlamentar, pois a cota parlamentar é destinada exclusivamente para despesas relacionadas ao mandato.
Dias antes, conforme apontado pelo Metrópoles, o estabelecimento publicou um banner em suas redes sociais, promovendo “shows inesquecíveis com lindas modelos” na noite entre 5 e 6 de março, acompanhado da foto de uma mulher em pose sensual usando lingerie.
Ao Metrópoles, Bruno Cardoso Araújo informou que já solicitou sua exoneração e afirmou que está em processo de desligamento do gabinete “nas próximas horas”. Ele disse: “Assim que soube do ocorrido por meio da reportagem, o deputado determinou que eu devolvesse o valor — o que já providenciei”.
Em nota, a assessoria de Filipe Barros afirmou que o deputado "determinou imediatamente a restituição dos valores e também a exoneração do servidor envolvido".
Confira a nota do deputado:
“O deputado Filipe Barros estava fora do Brasil, participando missão oficial, quando o episódio ocorreu. Por não compactuar de forma alguma com a situação, Filipe Barros determinou, de imediato, a restituição dos valores e também a exoneração do servidor em questão – que, pela gravidade dos fatos, de antemão já havia colocado seu cargo à disposição do parlamentar”.
Leia a nota do chefe de gabinete:
“Comunico que, em decisão previamente informada por mim ao deputado, já estou tomando providências para me desligar de seu gabinete nas próximas horas. Na referida ocasião, estive em Londrina a trabalho. Porém, fora do horário de expediente, utilizei o aplicativo de transporte em questão e, por ato falho, acabei solicitando o reembolso — motivo pelo qual expresso minhas escusas. Saliento que o deputado não estava em Londrina naquela oportunidade — e sim cumprindo missão oficial no exterior. Assim que soube do fato, o deputado determinou de imediato que eu restitua o valor — o que já providenciei, como demonstra o comprovante anexo”.